quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

"Faz o 'L' que a gasolina baixa", diziam eles. Só que não!

Você realmente acreditou que o "mundo encantado", com picanha e combustível barato, iniciaria a partir do próximo domingo?


Preparem os bolsos. A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu que o atual governo não estenda a desoneração de tributos federais sobre os combustíveis. Com isso, os impostos voltam a ser cobrados a partir de 1º de janeiro de 2023, elevando em até R$ 0,69 o preço por litro de gasolina.

Para o etanol, o reajuste poderá aumentar em até R$ 0,26 o litro e, para o diesel, R$ 0,33. O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) anunciou que o presidente eleito não concordou em prorrogar a medida que isenta o pagamento de PIS e Cofins sobre os combustíveis, dois tributos federais. A isenção havia sido estabelecida pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) no início de 2022, como forma de baixar os preços, impactados pela guerra da Ucrânia e pelos efeitos econômicos da pandemia da Covid-19, e tem validade até o próximo sábado, 31.

Portanto, caso você fique apavorado ao abastecer o seu veículo, na próxima semana, relaxe. Faz o "L" que tudo se resolve. Ou melhor: "a culpa é do Bolsonaro", será a frase mais proferida a partir do dia 1º de janeiro de 2023. Hahahaha!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

A ocupação do Imas

Quem hoje comemora, daqui a mais algum tempo, sentirá saudade das tias do Imas.


O PT segue com sua missão de aparelhar politicamente todos os espaços em que achar estratégico para os seus planos. O alvo da vez é o Instituto Municipal de Assistência aos Servidores de Nova Santa Rita, o Imas. Autarquia exemplo de autonomia e comando apolítico, o instituto sempre foi exemplo de gestão e transparência, garantindo aos servidores o acesso a inúmeras especialidades médicas, bem como atendimentos ambulatorial e hospitalar.

A rede de atendimento estabelecida pelo Imas é de colocar muita Unimed da vida no bolso. Todo esse trabalho se deve à atuação forte de seu Conselho Administrativo, composto por servidores municipais efetivos, que debatem e deliberam constantemente soluções para manutenção e melhora dos serviços prestados. São as "tias do Imas", como carinhosamente o autor deste blog as chama. Elas cuidam do Imas como se, de fato, o instituto fosse o seu sobrinho predileto, afinal, quando elas precisam, o sobrinho sempre está à disposição para ajudá-las da melhor forma.

Esse Conselho Administrativo é composto por quatro membros eleitos diretamente entre os servidores municipais, além de outros três funcionários indicados pelo prefeito municipal e um servidor indicado pela Câmara Municipal. A composição recém descrita se dá conforme a atual legislação que rege o Imas, sem nenhuma especificação quanto ao procedimento para o pleito direto. Desde a fundação do instituto, em 1993, a eleição para o Conselho Administrativo era feita por chapas de quatro membros, sendo o voto dos servidores destinados às chapas previamente inscritas e apresentadas. Todo o processo eleitoral sempre foi realizado de maneira exemplar, com as devidas assembleias de servidores, na mais absoluta transparência.

Todos os conselhos administrativos que passaram pelo Imas foram bem avaliados pelos servidores e sempre prezaram por um trabalho que tornasse o instituto cada vez mais forte, a fim de garantir a saúde dos servidores e de seus dependentes. Sempre foi feito um trabalho isento de ideologias políticas ou de partidos. Em todas as gestões que administraram Nova Santa Rita, o conselho comprou brigas com os gestores quando alguma decisão poderia impactar negativamente a atuação do Imas, assim como enalteceu quando mudanças positivas vieram para melhorar a qualidade no atendimento. Os funcionários acabavam elegendo sempre os colegas de determinado "grupo", pois sabiam que esses nunca fariam nenhuma bobagem com a autarquia.

O próprio autor desse blog já presenciou o conselho do Imas indo na jugular do seu Adauri Maciel, quando era secretário de Administração e Planejamento, nas gestões do Chico Brandão, quando alguma mudança poderia ameaçar a autonomia e a qualidade da prestação dos serviços da autarquia. Da mesma forma assim foi na gestão do seu Odone e na gestão do saudoso Amilton. As tias do Imas não perdoavam ninguém quando alguma coisa ameaçava a boa gestão do instituto.

Mas havia um problema... Desde que o PT assumiu a prefeitura, em 2013, em nenhum pleito para composição do conselho a turminha da canhota conseguiu emplacar um mandato na gestão do Imas. Todas as eleições se deram da forma mais pública e transparente, sempre com grande participação dos servidores municipais. Porém, não conseguir compor o conselho com os seus "aliados" sempre deixou a administração petista inconformada.

Eis que surge Rodrigo Battistella e chama a "briga" para ele. Qual a grande ideia do manda-chuva do Executivo? "Vamos vedar a eleição por chapas. As candidaturas serão individuais, os servidores votam e os quatro mais votados assumem. Assim, aumentamos as chances dos nossos 'chegados' fazerem parte do conselho", deve ter pensado o prefeito e sua turma. Seria como se o Lula fosse eleito, agora em outubro, e o Bolsonaro fosse o seu vice. Hahaha! Ou o Eduardo Leite fosse eleito governador e o Onyx Lorenzoni ficasse de vice. Ou, aqui na terrinha, o velho Muzykant fosse o vice do Battistella. Hahahaha! Genial esse prefeito, hein!

Projeto para colocar essa alteração na legislação do Imas protocolado pelo Executivo na Câmara no final da semana passada, pareceres dados pelas comissões e votação em plenário, na última terça-feira, 20. Por seis votos favoráveis, contra quatro contrários, a alteração foi aprovada. Battistella irá emplacar o sonho da turma da canhota em "tomar" o Imas de vez para eles. Espera-se que os inconformados de nunca terem ganho com as suas chapas, com as chances ampliadas, caso eleitos, façam um trabalho tão bom ou superior ao que foi feito até os dias atuais. Mas, a perspectiva não é das melhores. Dependendo como a gestão do Imas for conduzida, a sua liquidação virá logo e restará aos servidores integrar o coro do "viva o SUS".

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

A mais nova saga do Mestre dos Magos




O desenho animado infantil Caverna do Dragão conta em seu elenco com o Mestre dos Magos. Não se sabe o seu nome verdadeiro e, no enredo, suas informações encontram-se cifradas, ocultando suas reais intenções.

Boatos dão conta de que o Mestre dos Magos resolveu estabelecer uma temporada em missão numa terra localizada entre três rios, numa comunidade com costumes políticos pitorescos. A missão do veterano sapiencial é iluminar algumas mentes à luz da legalidade quanto aos atos praticados por elas.

Porém, parece que o Mestre dos Magos anda mais confundindo do que explicando qualquer orientação solicitada. A maneira como ele os trata também anda fugindo dos conceitos de imparcialidade e isenção. Para uns, seus "sábios" conselhos são dados em menos de cinco minutos. Para outros, a solicitação cai no esquecimento ou na protelação, levando até oito dias para que se obtenha a resposta.

O Mestre dos Magos demonstra despreocupação quanto às possíveis críticas relacionadas à sua conduta, uma vez que é protegido pelas forças do Movimento Dúbio Banal. Porém, para a próxima temporada da Caverna do Dragão, a credibilidade e carisma do Mestre dos Magos não está mais tão em alta. Pode ser até que seja dispensado. Resta assistir os próximos capítulos.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

A ditadura da toga em plena operação

O boca mole andava quieto, mas resolveu dar o ar da graça.


Já diria um célebre autor desconhecido: "Nada é tão ruim que não possa piorar". Em se tratando do mundo político brasileiro, pode-se esperar tudo e mais um pouco. A novidade da vez foi a determinação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de deixar fora do teto de gastos os recursos destinados ao pagamento de benefícios para garantir renda mínima aos brasileiros.

Neste texto, não entra-se no mérito da questão se benefícios como o Auxílio Brasil (que a turma da canhota vai voltar a chamar de Bolsa Família) deveriam ou não estar dentro do teto de gastos. O que se questiona e se observa com preocupação é que o assunto é pauta de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), em tramitação no Congresso Nacional. Sendo assim, o "canetaço" do boca mole, praticamente, passa por cima do Poder Legislativo, importante ator no processo de discussão sobre e viabilidade ou não de alterações nas leis que regem a nação.

Interessante que o STF foi provocado a dar essa determinação a partir de um pedido da Rede Sustentabilidade, partido do senador Ranolfe Rodrigues, o "Saltitante". Até o momento, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, permanecem calados, assistindo passivamente suas respectivas casas legislativas serem pisadas pelo STF. Para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o momento deve ser de alegria e de tranquilidade, uma vez que a determinação de Gilmar Mendes o coloca numa situação de conforto, pois não precisará mais negociar cargos para aprovar a PEC, podendo distribui-los de forma mais livre para a companheirada.

Há alguma irregularidade no que Gilmar Mendes fez? Não, não há, até porque o Judiciário foi "provocado" através do pedido da Rede. Mas, então, que mal há nessa decisão? Se o autor deste blog fosse um dos "iluminados" membros da suprema corte brasileira e fosse provocado a determinar que o Auxílio Brasil fosse retirado do teto de gastos, ele teria a sensatez de levar em consideração de que a matéria é alvo de tramitação de PEC no Congresso Nacional. Dessa forma, jogaria a bola quicando, ou a batata assando, para o Legislativo definir, respeitando o processo democrático já instaurado e em pleno gozo de seu rito. O boca mole não precisaria arranjar uma encrenca para o lado dele. Mas, como há uma série de interesses ocultos em nossa republiqueta, o caminho escolhido foi o do canetaço.

Essa ingerência dos poderes da República vai custar ainda muito caro para os brasileiros. Não se trata de narrativa clichê e sem fundamento, pois está aí, à vista de todos, a ditadura da toga instituída e em plena operação. Igualzinho foi na Venezuela.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Mesquinharias da política local


O prefeito de Nova Santa Rita, Rodrigo Battistella (PT), ao que parece, vem absorvendo bem os ensinamentos das cartilhas petistas. Em seu perfil do Twitter, ontem, 14, resolveu aderir à turma canhota do "lacre", que lança informações pela metade apenas para causar e tentar atingir os que dele divergem. A tentativa de "lacre" (sim, tentativa) foi a respeito do julgamento dos réus acusados de envolvimento no caso de corrupção que culminou com o assassinato do ex-vice-prefeito e ex-secretário da Saúde de Porto Alegre Eliseu Santos, em 2010.

Um dos acusados era Marco Antônio de Souza Bernardes, advogado, que à época do assassinato de Eliseu Santos era assessor jurídico da Secretaria Municipal de Saúde da Capital. Marco também foi procurador-geral de Nova Santa Rita entre 2001 e 2004. Na eleição municipal de 2020, Marco atuou como assessor jurídico da campanha de Marcelino Muzykant a prefeito.

"Opaaa! Está aí um motivo para lacrar", provavelmente foi o pensamento do primeiro mandatário de Nova Santa Rita. Lá foi ele para o Twitter destilar as mágoas. Uma boa tentativa, com seu super perfil de 143 seguidores. O procurador-geral do município Jorge Mentz resolveu dar uma forcinha para o seu chefe, dando um print da postagem do Twitter e publicando-o nos grupos de WhatsApp da cidade. Agora vai...

A "twittada" lacradora de Battistella


2º Juizado da 1ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre. Julgamento, sob a presidência do juiz Thomas Vinícius Schons. Pouco depois das 23h10, juiz profere a decisão do júri: Marco Bernardes e outros dois réus foram inocentados. Se o Bonner fosse entrevistar o Marco Bernardes hoje à noite, poderia iniciar afirmando: "Dr. Marco, você não deve mais nada à justiça", a exemplo do que fez quando entrevistou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Porém, com uma diferença, como diria o gordo Deivis: Bernardes foi inocentado e o líder maior do PT foi descondenado. Tive que rir.

Fica o registro da mesquinharia da política local e a dica para que o prefeito dê um "up" no seu Twitter. Pode ser que, da próxima vez, com mais seguidores, mais engajamento, a tentativa de atingir a oposição seja exitosa. Como diria o próprio, no dia das manifestações de 7 de Setembro, ao impedir o avanço da manifestação com patrola e trator atravessado na avenida: "É, gurizada, não foi dessa vez".

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Rejeição ao Prometa e o ranço político que insiste em imperar



Noticiado neste blog no dia 18 de novembro, a inclusão do Programa de Metas (Prometa) dentre as atribuições exclusivas do prefeito municipal, a emenda à Lei Orgânica do Município foi rejeitada em sessão ordinária da Câmara Municipal de Nova Santa Rita, na última terça-feira, 6. Seis vereadores da base de apoio ao prefeito Rodrigo Battistella (PT) votaram contra a aprovação da emenda, sendo os votos favoráveis apenas dos vereadores Silvio Almeida (PP), Gugu da Farmácia (REP), Eliel Alves (PRTB) e Professor e Sargento Mendes (PRTB).

Uma simples emenda que causaria grande melhoria na transparência, responsabilidade e moralidade com a gestão pública foi arquivada diante da rejeição dos vereadores da base do governo. Se caso fosse aprovado, o Prometa proporcionaria à população a oportunidade de acompanhar e controlar as promessas assumidas em campanha eleitoral.

O Prometa previa que o prefeito municipal deveria apresentar ao Poder Legislativo e à sociedade, dentro do prazo de 90 dias após a sua posse, o seu plano de governo que, durante a sua campanha eleitoral foi protocolado na Justiça Eleitoral. Esse plano de governo estaria disposto através de um programa de metas, contendo prioridades, indicadores de desempenho e metas quantitativas para cada um dos eixos estratégicos de políticas públicas da administração municipal. Anualmente, audiências públicas apresentariam resultados parciais sobre o cumprimento das metas, bem como as devidas justificativas por eventuais não cumprimentos.

Votação do projeto de emenda do Prometa
Reprodução Facebook CMNSR

Outro fator importante é que o Prometa não atingiria em nada a atual administração municipal, sendo válido apenas para o próximo pleito eleitoral. Porém, venceu o velho e desprezível ranço político, que insiste em reinar na política local.

A população de Nova Santa Rita mereceria um esclarecimento de cada um desses vereadores que votaram contra o Prometa sobre o porquê de sua posição. Na atualidade, transparência, participação popular e acompanhamento de ações governamentais são iniciativas cada vez mais presentes e "na moda" no que tange a gestão pública. Por aqui, o caminho segue na direção contrária.

Votaram contra o Prometa: Andréia Margarete (PT), Débora da Causa Animal (MDB), Lebrão (PT), Leonardo Vieira (PDT), Paulinho da Ambulância (PTB) e Rodrigo Pedal (PT).

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Feirão de empregos pretende suprir cerca de 200 vagas




Nesta quarta-feira, 7, a Prefeitura de Nova Santa Rita, através do Sine Municipal, promove o Feirão de Empregos 2022, no salão paroquial da Igreja Matriz Santa Rita (rua Juvenal Machado, 135, Centro), com o propósito de ofertar cerca de 200 vagas em nove empresas do município.

No evento, será disponibilizado um espaço destinado para entrevistas pessoais, para otimizar o atendimento no processo de recrutamento. Os candidatos interessados deverão levar um documento oficial com foto e o seu currículo. O feirão acontece das 10h às 16h.

Trata-se de uma excelente iniciativa da Secretaria Municipal do Trabalho, Cidadania e Assistência Social, comandada por Solange Laubine, uma vez que a crise econômica causada pela afoita e equivocada política do "fique em casa" e do "fecha tudo" deixou muitas pessoas sem trabalho. Louvável gesto também da Paróquia Santa Rita em ceder o espaço para a realização do evento, solidária à situação de utilidade pública que o feirão atenderá.

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

A precipitada venda da Corsan


O governo do Estado do Rio Grande do Sul confirmou que a Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan) será privatizada no próximo dia 20 de dezembro, às 10h, na B3 (antiga Bovespa). O lance mínimo para a aquisição da estatal é de R$ 4,1 bilhões.

Com receita de R$ 3,4 bilhões e despesas de R$ 2,7 bilhões, a companhia teve lucro líquido de R$ 350,4 milhões em 2021. Um ano antes, o lucro da Corsan foi de R$ 1,8 bilhão. O governo do RS alega que o motivo para a venda da estatal é a dificuldade de se fazer grandes investimentos, a fim de cumprir as metas estabelecidas pelo marco legal do saneamento, aprovado pelo governo federal. A nova legislação determina que, até 2033, 99% da população deve ter acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgoto.

O autor deste blog é um liberal conservador, defensor do "Estado mínimo". Porém, não um radical fanático. É preciso fugir dos rótulos e ter bom senso sempre. Tendo em vista a constante lucratividade da empresa, ou seja, nunca causou prejuízos ao tesouro do Estado, se autosustentava, percebe-se grande precipitação da parte do governo estadual em vender a companhia.

Audiências públicas foram realizadas, porém muito pouco divulgadas à sociedade. Mas acredita-se que esse assunto deveria ser muito mais debatido com diversos setores da sociedade. Investimentos em saneamento básico não devem partir somente da Corsan. O governo estadual precisa investir recursos próprios e parcerias com o governo federal devem ser buscadas nesses investimentos. Os municípios atendidos pela companhia também podem atuar nessa parceria. Portanto, daí a necessidade de se verificar se a venda da Corsan não se dá de forma desnecessária.

Sabe-se que há sérias dificuldades no atendimento à população. Aqui, em Nova Santa Rita, percebe-se essa deficiência com os constantes cortes de abastecimento e até na cor da água que sai da torneira, que, muitas vezes, provoca dúvidas nos usuários quanto a sua qualidade. Falta gestão eficiente para a Corsan. Essa é a única e grande dificuldade e a solução não está em vendê-la para "se livrar do problema".

Como essa transação está, praticamente, "sacramentada", resta à população esperar que a empresa privada que assumir as operações da Corsan possa, primeiramente, prezar pela qualidade dos serviços e, depois, por ampliá-los. Isso tudo, sem onerar o bolso dos contribuintes com reajustes absurdos nas faturas mensais.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Caso Dorf Ketal: As mudanças necessárias para o futuro



Após a ocorrência de incêndio na empresa Dorf Ketal, no último domingo, 20, este blog destacou e enalteceu o trabalho do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e das equipes do Pronto-Atendimento da Saúde. Faltou também destacar o trabalho dos agentes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que também foram incansáveis em todas as frentes. O blog também refletiu a importância de se pensar, de fato, num Plano Diretor que seja eficiente para Nova Santa Rita.

A partir da reflexão sobre o Plano Diretor, questionamentos por aqui chegaram sobre como poderia se dar a transferência de empresas que atuam com produtos químicos, muitos deles inflamáveis e tóxicos, para locais mais seguros. Considerando que estão há muito tempo estabelecidas em suas áreas próprias, cabe ressaltar que, quando foram começar a construção de suas plantas, as autoridades autorizaram ali a sua instalação.

De quem seria esse ônus de transferência? A resposta é simples: do próprio município, que autorizou a instalação da empresa em área inadequada. Trata-se de um grande "gasto"? Sim, sem dúvidas. Mas irá se converter em investimento em segurança, saúde, preservação ambiental, entre outros fatores positivos à comunidade. 

Abaixo, encontra-se um exemplo de como poderia ser o procedimento a ser adotado pelo município daqui por diante:

1) O município desapropria ou compra área, longe de núcleos residenciais ou comerciais, com o propósito de levar para o local empresas que atuam com produção, processamento ou manejo de produtos inflamáveis ou altamente tóxicos. A viabilização da iniciativa se daria por lei municipal, com recursos próprios;

2) Com a aquisição da área, o município criaria uma infraestrutura para que as empresas ali possam se instalar, com acesso à rede de energia elétrica e de abastecimento de água, telefonia, internet e dados, além de abertura de vias, com a devida estruturação, caso necessário;

3) Empresas já sediadas no município em regiões de risco serão, por força de lei, obrigadas a se mudar para a nova área. Para isso, terão o prazo de cinco anos e, como incentivo e apoio à transferência, não pagarão pelo novo terreno. As atuais sedes das empresas podem ser negociadas com empreendimentos imobiliários e/ou comerciais;

4) Como forma de reparação pelo fato de, inicialmente, ser permitida a instalação das empresas em local inadequado, o município poderá também conceder, por força de lei, isenções fiscais dentro do prazo para transferência;

5) Estabelecidas no novo local, as empresas deverão criar um consórcio que terá por propósito implantar uma brigada de incêndio especializada para atender a todas elas, bem como uma unidade de ambulatório para urgências, com equipe médica e ambulância de UTI móvel. Logicamente, por ser um consórcio, toda essa estrutura seria bancada em conjunto pelas empresas sediadas na área.

Talvez possa ser utópico, mas há, sim, possibilidade de que essa ideia possa ser posta em prática. Assim, os moradores de diversos bairros do município teriam um sono mais tranquilo, com menos riscos à sua saúde. Nova Santa Rita está crescendo e é preciso pensar como cidade grande para que se evitem maiores problemas no futuro. Conhecendo o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Juliano Furquim, sei que ele tem potencial para desenvolver algum projeto desse tipo ou até superior a isso. Trabalhei com ele e sei que inteligência, competência e força de vontade não lhe faltam.




Foto: Paulo Pires / Grupo Editorial Sinos

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Pianinhos, pianinhos




A Fifa, federação internacional que cuida do futebol, em 2014, quando a Copa do Mundo teve o Brasil como sede, mandava e desmandava por aqui. Diversas adaptações tiveram de ser feitas, construíram-se monumentais estádios "padrão Fifa" e até nossa legislação teve de ser "flexibilizada" em alguns aspectos para agradar aos cartolas gringos. O então presidente da Fifa, Joseph Blatter, e sua turma deitaram e rolaram em terras brasileiras.

Agora, que o Mundial tem o Catar por sede, a situação anda bem diferente. Sob forte influência da religião islâmica, o país tem rígidas regras, nas quais a entidade número 1 do futebol mundial nem ousa questionar. O mesmo se pode dizer da edição passada, em 2018, na Rússia, em que o regime de governo e as leis não simpatizam em nada com a flexibilidade e a leveza. Como as coisas mudam, não acha?

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Dorf Ketal e a necessidade de rever o Plano Diretor


Já é de conhecimento da população nova-santa-ritense o incêndio de grandes proporções ocorrido na noite de ontem, 20, na empresa Dorf Ketal, no bairro Pedreira. O infortúnio colocou em risco a população residente das imediações da empresa e fez uma vítima, o Clever Fanfa Sarmento, também conhecido como Duda, que morreu de parada cardiorespiratória após inalar grande quantidade de fumaça produzida pelas chamas.

Empresas como a Dorf Ketal atuam com o fornecimento de aditivos químicos para a produção e refino de petróleo e na área da petroquímica. Aqui em Nova Santa Rita, além da produção dos aditivos químicos, a Dorf Ketal também possuía um centro de pesquisas no assunto.

Assim como outras empresas, independente de quando vieram para cá e em que circunstâncias, percebe-se considerável falta de planejamento público, que poderia ser solucionada com um Plano Diretor eficiente, que estabelecesse áreas específicas para empresas químicas. Lá, não haveria núcleos residenciais e comerciais e as empresas ali presentes fariam uma espécie de "condomínio", com todo o aparato e infraestrutura para agir, em caso de qualquer incidente. Assim como é no Polo Petroquímico de Triunfo, seria um "mini polo". A proximidade com residências e comércio prejudica até mesmo o trabalho das equipes especializadas da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, que precisam afastar moradores e curiosos que insistem em colocar-se em risco se aproximando da área do acidente.

Considerável e elogiável a atuação das equipes da Defesa Civil do município e do Corpo de Bombeiros, que trabalharam incansavelmente, bem como a atuação dos profissionais da Saúde do Pronto-Atendimento do Centro da cidade. Fica, no entanto, a dica para a administração municipal, que busque rever e replanejar o Plano Diretor do município, a fim de evitar que novos incidentes venham a acontecer e que, caso ocorram, envolvam o menor número de pessoas possível.



Foto: Fabiano do Amaral/Correio do Povo

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Vereadores propõem Programa de Metas para coibir falsas promessas de campanha




Transformar promessas de campanha eleitoral em uma plataforma de governo, com metas e indicativos para a prática das mesmas é a principal tarefa do Programa de Metas (Prometa), projeto que tramita na Câmara de Vereadores de Nova Santa Rita, de autoria do vereador Silvio Almeida (PP), em parceria com os colegas Gugu da Farmácia (REP), Eliel Alves (PRTB) e Professor Mendes (PRTB). Não se trata de uma "invenção da roda", uma vez que a iniciativa já foi implantada em diversas cidades brasileiras, mas se trata de uma ferramenta que auxilia a gestão pública no âmbito da responsabilidade, planejamento, inovação e transparência.

O Prometa está em fase de discussão nas comissões da Câmara, se tratando de uma emenda à Lei Orgânica Municipal de Nova Santa Rita. Nela, o programa é incluído dentre as atribuições privativas ao prefeito municipal, estabelecidas pelo artigo 62.

Do ponto de vista prático, com a emenda aprovada, o prefeito municipal deverá, dentro do prazo de 90 dias após a sua posse, apresentar ao Poder Legislativo e à sociedade o seu plano de governo protocolizado na Justiça Eleitoral, durante a sua campanha eleitoral, desdobrado através de um programa de metas, contendo as prioridades, os indicadores de desempenho e as metas quantitativas para cada um dos eixos estratégicos de políticas públicas da administração municipal. O Prometa prevê, ainda, a realização de ao menos uma audiência pública por ano para a análise do desempenho e cumprimento das metas estabelecidas. Outra novidade trazida pelo programa é a sua utilização como base na elaboração do Plano Plurianual (PPA) da gestão.

Com o Prometa aprovado, os cidadãos terão a oportunidade de realizar um controle periódico do cumprimento das promessas assumidas em campanha eleitoral. A "grosso modo", trata-se de uma ferramenta que servirá como uma "vacina às falsas promessas de campanhas eleitorais".

Porém, antes que o prefeito Rodrigo Battistella comece a dar "piti" com o projeto, ao menos por este mandato ele poderá ficar sossegado, pois a proposta de emenda à Lei Orgânica prevê a vigência do Prometa somente a partir de 2025, ou seja, atingirá somente o(a) chefe do Executivo que for eleito em 2024.

Porto Alegre aprovou, em 2015, o seu Prometa, sendo Nelson Marchezan Junior o primeiro prefeito a apresentar o programa na história da cidade. O autor deste blog foi testemunha ocular da elaboração do documento do Prometa porto-alegrense, bem como sua apresentação e acompanhamento por parte dos membros do Legislativo e da sociedade. É uma grande iniciativa. Espera-se dos nobres vereadores a concordância e a aprovação desse importante instrumento de acompanhamento da gestão pública.

Por fim, os cumprimentos aos vereadores proponentes pela constante busca por iniciativas positivas de outras cidades, trazendo-as para cá. Mais uma vez repito minhas preces para que a aprovação venha de forma unânime pela Câmara Municipal.

Para saber mais sobre o projeto, acesse a íntegra da proposta clicando aqui.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Comunicação da prefeitura precisa isentar a letra N entre o I e o S na palavra ISENÇÃO

Reprodução/Facebook


ISENÇÃO, palavra que, segundo o dicionário, significa tornar isento, ou seja, o ato de eximir, dispensar, tornar imune ou livre. Já não é a primeira vez que a página do Facebook da Prefeitura de Nova Santa Rita apresenta essa palavra com a grafia "INSENÇÃO". Cabe lembrar que "INSENÇÃO" não existe. É ISENÇÃO.

Da mesma forma que não existe "INDIOTA", "INGNORANTE"
...

Precisamos falar sobre monarquia

Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial Brasileira

O autor deste blog é monarquista de carteirinha. Ainda estamos numa nação democrática, em que é livre o pensamento e a expressão. E essa é a minha posição: sou a favor da restauração da monarquia no Brasil. Porém, antes que comece o festival de adjetivos, xingamentos e outros pré-conceitos sobre isso, vou tentar explicar o porquê dessa posição. Em primeiro lugar, procure esquecer a monarquia estereotipada dos livros de história que você estudou ao longo da vida.

Quando lembramos do que vimos na escola, entendemos o regime monárquico como algo "quadrado", retrógrado, onde certo ser humano se veste das mais nobres e sedosas vestes e senta no trono com ar imponente. De lá, começa a mandar e desmandar. Talvez lá na Idade Média era exatamente assim, nas monarquias absolutistas que existiram, onde a partir da figura do rei emanava toda a soberania, todas as leis, bem como a sua execução.

Mas os livros que utilizamos em nossos estudos ao longo da vida estudantil, certamente, esqueceram de retratar um sistema monárquico que prezava pela plena liberdade de opinião e expressão, bem como a livre manifestação e culto religioso. Sem contar o grande apreço pela democracia, que era plenamente exercida pelo Senado e pela Câmara, entre 1822 e 1889, quando fomos uma nação sob a chefia de estado de um Imperador. O sufrágio ainda não era universal, considerando a cultura da época, mas o acesso a todos no direito de decidir os rumos da nação era apenas uma questão de tempo.

A liberdade era tanta nesse período, que era permitido até aos cidadãos de ideias republicanas defenderem o regime e se organizar como partido político. No aspecto econômico, além do desenvolvimento da cultura do café, o Brasil viveu um considerável crescimento industrial, o que fez com que as receitas aumentassem quatro vezes. Foi no período de império que a escravatura foi abolida do país, contrariando muitos interesses de poderosos escravocatas. O ponto de partida para que a abolição fosse decretada no Brasil foi a Lei Eusébio de Queirós, em 1850, que proibiu o tráfico de prisioneiros de guerra africanos para o país. Logo após, vieram outras leis, como a de Terras, do Ventre Livre, dos Sexagenários e, por fim, a Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888.

Quando se trata do período imperial brasileiro, é impossível não destacar as virtudes intelectuais de nosso segundo imperador, Dom Pedro II. Ele era um entusiasta quanto ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Em suas viagens internacionais, Dom Pedro fazia questão de conhecer as sumidades locais em cultura e ciência. Além de grandes escritores e intelectuais como Victor Hugo e Friederich Nietzsche, trocou correspondências com o químico Louis Pasteur, o inventor do telefone Alexander Graham Bell, e o naturalista Charles Darwin. Este último, certa vez, falou sobre Dom Pedro II: "O imperador faz tanto pela ciência, que todo sábio é obrigado a demonstrar a ele o mais completo respeito". Por esse respeito obtido na comunidade científica, o imperador brasileiro se tornou membro de prestigiosas sociedades de pesquisa, como a Royal Society, da Inglaterra. Outra importante curiosidade é que o imperador fazia questão de financiar pesquisas científicas com os seus próprios recursos pessoais, sem onerar o tesouro nacional.

Há muitas outras virtudes dos tempos de império que podiam ser aqui relatadas. Mas, talvez, possa vir o questionamento sobre o porquê do então regime monárquico ruir, sendo proclamada a república. Há uma série de questões que levaram ao fatídico golpe de estado, em 15 de novembro de 1889. Porém, nenhuma delas surgiu do apelo ou da vontade popular. O povo amava a Família Imperial e ao imperador confiava carinho e respeito, uma vez que Dom Pedro II exercia seu dever de defensor perpétuo da nação brasileira como um pai zeloso e carinhoso.

A abolição da escravatura mexeu com as estruturas econômicas de inúmeros latifundiários, que passaram a ter de contratar mão-de-obra assalariada para suas fazendas. A Guerra do Paraguai fez com que nosso Exército lutasse e derrotasse heroicamente as forças de Solano López. Apesar da vitória das forças brasileiras, o pós-guerra apresentou inúmeros prejuízos financeiros, deixando precário nosso aparato bélico, o que descontentou as forças militares. Somado a outros fatores conspiratórios contra o imperador, o golpe republicano foi devidamente arquitetado e colocado em prática.

O povo, estupefato, assistiu passivamente a tudo. A monarquia não interessava mais aos poderosos e influentes. O bravo Exército de Caxias acabara de aderir aos golpistas republicanos, virando as costas para seu comandante e defensor supremo, Dom Pedro II. O que se viu dali por diante? Uma sucessão de crises políticas, revoluções e "golpes". Coloco a palavra golpes entre aspas, porque, na verdade, ocorreu um único golpe, que foi a proclamação da República, sendo os demais apenas complementos de um único mal político, que foi o regime republicano.

Chegamos a 2022 observando no povo brasileiro uma carência afetiva de alguém que os abrace e os cuide como filhos, proporcionando a eles a instrução, a saúde, o bem-estar e o lazer necessários para sua vida. Uns depositam a sua confiança em Jair Bolsonaro, outros em Lula. Ao longo dos anos de República assim foi com os nomes que "despontavam" em cada período: Benjamin Constant, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart, Tancredo Neves, José Sarney, Collor, Itamar Franco, FHC, entre outras lideranças políticas. Todas elas procurando chefiar a nação, mas sempre buscando um plano de poder, nunca um plano de governança. Apesar dos inúmeros fracassos, a carência do povo por um líder que seja preparado, para, de fato, defendê-lo, permanece constante.

Cabe ressaltar que a monarquia que aqui se defende se dá de forma constitucional (é possível via emenda), permanecendo inalterada a organização do Estado em três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário). Além dos três poderes, teríamos um quarto poder, que seria o poder Moderador, exercido pelo imperador. O imperador seria um chefe de Estado, cabendo o comando o poder Executivo a um Primeiro-Ministro, eleito democraticamente. Não se trata de colocar uma família real de "enfeite", mas de colocar o monarca como guardião constitucional e protetor da harmonia entre os poderes, com prerrogativa de intervir em casos extremos. Aos mesmos moldes da Inglaterra e da Espanha.

Falando em Espanha, esse país é um grande case do quanto o regime monárquico preza pela paz, harmonia dos poderes e pela democracia.  Em 1931, a república lá foi proclamada e os anos que sucederam foram de inúmeras crises política e econômica, além de uma tenebrosa ditadura imposta pelo general Francisco Franco. O povo de lá soube bem avaliar e, em 1977, restabeleceu a monarquia como regime de governo, permanecendo até os dias atuais. Oxalá o Brasil fizesse o mesmo caminho e a justiça fosse feita com os Orleans e Bragança. Dom Bertrand, atual chefe da Casa Imperial brasileira, sucessor de Dom Pedro II, está de prontidão para servir e amparar a nossa nação.

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

As queixas para o bispo I




Ao mínimo três audiências uma ex-autoridade de Nova Santa Rita teve com o arcebispo metropolitano de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, entre 2019 e 2020, exigindo a saída do padre Reinoldo José Jantsch da Paróquia Santa Rita. Motivos da exigência: o ex-pároco estaria fazendo política dentro da Igreja.

Como católico (não santo, mas procurando esse caminho), participante da comunidade de fé, dos quase 23 anos de atuação do Pe. Reinoldo aqui em Nova Santa Rita, acompanhei, de perto, 15 deles. E foi de perto mesmo. Mais que um amigo pessoal e diretor espiritual, um segundo pai, assim o considero.

Vocês sabem, em média, qual horário ele ia dormir diariamente? Nunca antes da 1h. Sempre preocupado em atender a todas as comunidades, com igualdade e equidade, era um administrador nato. Não era o "craque" na arte de falar, mas fazia grandes "golaços" nas suas atitudes, na sua ética, na responsabilidade de administrar aquilo que não lhe pertencia.

Nesses 22 anos e alguns meses em que aqui esteve, nunca o ouvi, em nenhuma homilia ou manifestação, pedindo voto para A ou B. Sempre manteve-se discreto quanto à política, pois, como bom pesquisador e amante de história (seu hobby quando achava um espaço na tumultuada agenda), sabia "em que mato estava lenhando". Ele tinha conhecimento das peculiaridades locais quando o assunto era política. Para transparecer ainda mais sua isenção e abertura a todas as pessoas, independente de suas convicções políticas, nem aqui votava. Tinha seu título eleitoral em Paverama, sua terra natal. Mesmo assim, foi injustamente acusado de estar fazendo política dentro da Igreja. Como podem ser tão cretinos com esse tipo de acusação? Como conseguem dormir sossegados diariamente?

Em primeiro lugar, a acusação da então autoridade foi de uma tremenda e inescrupulosa mentira. E, em segundo lugar, quase se consegue contar nos dedos das mãos as vezes que a tal acusadora colocou os pés na Igreja para participar de uma celebração ou para auxiliar em alguma pastoral ou movimento. A não ser nas "ocasiões especiais", que tinham público e rendiam diversas fotos bonitas para suas redes sociais, em outras atividades, onde o ser Igreja realmente se faz presente, não se via nem rastro da criatura.

Acredito que os miolos que habitam minha cachola ainda pensam um pouco e que a decisão de transferência do Pe. Reinoldo, no final de 2020, se deu, unicamente, pela dinâmica pastoral recorrente na Arquidiocese. Mudanças fazem parte dessa dinâmica. Conhecendo Dom Jaime, acredito que essas mudanças jamais se dão por causa dessas "queixas" malignas. Entende-se que foram quase 23 anos (quase um quarto de século), era inevitável que não viesse essa mudança, cedo ou tarde. É bom lembrar também que Dom Jaime herdou fortemente dos franciscanos o dinamismo pastoral de se promover constantes mudanças para que a comunidade sempre compreenda o seu papel dentro do laicato, onde nem tudo depende só dos padres, mas que os leigos têm grande protagonismo; e que os sacerdotes, de fato, entendam sempre a sua missão de estar sempre pronto, à serviço de seu bispo para ir onde for necessário. Eu, como bom católico que procuro ser, acredito no meu arcebispo e nele confio. Por sinal, a ele sou muito grato pelo acolhimento e acompanhamento dispensado ao Pe. Reinoldo quando, no início de 2021, caiu num quadro de depressão preocupante. Hoje, atuando como pároco na Paróquia Santa Flora, em Porto Alegre, vejo o semblante feliz do meu amigo Pe. Reinoldo, recuperado, conduzindo tudo com a mesma competência e dedicação de quando estava aqui, em Nova Santa Rita. Espero só que as noites de sono estejam mais longas e que, aí na Metrópole, não haja gente medíocre colocando seus ideais políticos à frente de tudo e querendo prejudicar a Igreja. Pelo que conheço da política de Porto Alegre, meu amigo poderá ficar sossegado, pois, lá, respeita-se muito a Igreja. Voltando ao Dom Jaime, a ele dedico sempre minhas orações, pois não deve ser fácil perder seu precioso tempo ouvindo baboseiras de determinadas criaturas.

Quanto ao atual pároco daqui de Nova Santa Rita, Pe. Leonardo Reichert, o considero uma grande pessoa. Preocupado com os que sofrem, sempre disposto a estar à serviço da comunidade. Faz um trabalho excepcional em comunidades terapêuticas, que atuam na recuperação de dependentes químicos. Nos damos muito bem. O mesmo posso afirmar do vigário paroquial, Pe. Jorge Soares Menezes, outra grande figura. Só tenho a agradecer pela dedicação deles a esta paróquia. Aos poucos, estão conhecendo o povo, a dinâmica paroquial e, com certeza, continuarão a fazer um trabalho nota dez. Assim como ajudei o Pe. Reinoldo, estou lá, da mesma forma, ajudando-os também e sempre poderão contar comigo.

Não faço papel de viúva, de saudosista, ou de quem quer, a todo o custo, "voltar a ser como era antes". A parcela do povo de Deus nova-santa-ritense que ainda não se conformou com a mudança do comando da paróquia precisa se conscientizar de que quem toca, realmente, uma comunidade católica é o seu povo. Padres saem, entram outros novos, mas os paroquianos permanecem. Que cada um saiba da sua missão como leigo e assuma o seu compromisso de cristão e batizado. Ao invés de criticar os atuais padres, os ajudem, nem que esse apoio seja uma simples oração. Continuem a linda amizade e laço estabelecido com o Pe. Reinoldo, afinal Porto Alegre é logo ali, mas não façam divisões desnecessárias aqui na Paróquia. Fofocas, intrigas e esse pensamento pequeno os farão se igualar à índole da criatura que foi três vezes lá no bispo dizer mentiras. É isso que vocês querem ser? Acredito que não. Talvez é isso que a megera quer: fazer cumprir-se a sua cartilha: dividir para tomar. Portanto, sigamos em frente.

Mas essa história não fica por aqui. O título deste texto vem, preventivamente, acompanhado do numeral romano "I", pois essa é apenas a primeira parte da história. Mais detalhes estão sendo devidamente apurados por esse blog e serão devidamente esclarecidos ao público leitor, se o Senhor Deus permitir vida e um pouco de estômago sadio ao autor, pois jogo sujo que está vindo à tona pode causar sérios distúrbios gástricos.

 

Defesa deu o recado

Ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e presidente do TSE Alexandre de Moraes. Foto: Alejandro Zambrana/TSE.


O Ministério da Defesa fez ontem, 9, a tão esperada entrega de seu relatório sobre a fiscalização do sistema eletrônico de votação das Eleições Gerais ocorridas nos dias 2 e 30 do mês de outubro. No documento, as Forças Armadas informam que não foram investigados crimes eleitorais, sendo o trabalho dedicado somente à sistemática da votação.

O relatório solicita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que faça a análise de dois pontos. O primeiro é sobre o acesso à rede durante a compilação do código-fonte e consequente geração dos programas - os códigos binários - que, segundo o documento, pode configurar risco à segurança do processo. O segundo ponto se refere aos testes de funcionalidade, realizados por meio do teste de integridade e do projeto-piloto com biometria, onde, segundo o relatório, não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento.

Para a frustração de muitos, que, democraticamente, protestam nas ruas esperando que o relatório do Ministério da Defesa apresentasse uma série de denúncias de crimes eleitorais, não houve nenhum apontamento de irregularidade no pleito realizado. O documento, inclusive, valida a totalização de votos feita pelo TSE.

Às massas insatisfeitas com o processo eleitoral, fica a seguinte "dica": As Forças Armadas apontam a necessidade de duas investigações técnicas no que se refere ao compilamento do código-fonte e seus possíveis efeitos, bem como a plena segurança de que o funcionamento das urnas esteja isento da influência de um eventual código malicioso. A fiscalização realizada teve, obviamente, o acompanhamento de técnicos militares especializados na área da tecnologia da informação (TI). Os apontamentos tratam-se de aspectos de suma importância no quesito de confiabilidade do sistema eleitoral. A narrativa de que não existe como invadir ou alterar dados é uma ideia muito vaga à medida em que se observa, corriqueiramente, sistemas de informática de grandes corporações, que investem pesadas quantias de dinheiro em tecnologias de segurança de seus dados, sendo invadidos e acessados.

Dessa forma, aos "patriotas" indignados e revoltados, acredita-se que o Ministério da Defesa "deu o recado" e volta-se a frisar o que aqui, neste blog, já foi afirmado: o foco não está em não querer deixar o Lula assumir, nem tampouco em querer que Bolsonaro dê um golpe de estado e continue no poder, ou que clame-se pelo tão falado artigo 142 da Constituição Federal. A pauta das manifestações deve ser, primeiramente, o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que, atualmente, preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foi o responsável pela condução do processo eleitoral. Há tempos, a conduta desse ministro ultrapassou todos os limites democráticos, colocando em xeque a harmonia dos poderes da República. Para quem se reivindica esse impeachment? Para o Senado Federal. É para lá que as massas têm de se voltar e "ir na jugular" de cada senador pedindo o afastamento desse ministro. O senador Luis Carlos Heinze (PP) já deu o primeiro passo pedindo a instauração de um processo de impedimento do presidente do TSE, em virtude de sua conduta autoritária à frente do tribunal, cabendo aos seus colegas de parlamento apoiá-lo e tocar adiante a iniciativa.

Cabe lembrar que Alexandre de Moraes deve ser apenas o primeiro a sofrer processo de afastamento. Depois vêm outros ministros da Suprema Corte que devem passar pelo mesmo procedimento. Seguindo o pensamento popular, caindo Moraes, abre-se aquele clima de "matar" um para os outros ficarem com medo e abrir o olho quanto aos seus atos.

Força, Brasil!

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Atacar para quê?

Reprodução Facebook


A última sessão ordinária da Câmara Municipal de Nova Santa Rita, ocorrida na última terça-feira, 1º, teve o seu Grande Expediente dedicado em homenagem aos servidores municipais, numa proposição do vereador Silvio Almeida (PP), em alusão ao Dia do Servidor Público, celebrado no último dia 28 de outubro. Dentre homenagens e reconhecimentos da parte dos vereadores e da presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Nova Santa Rita (Ssenasar), Ana Cláudia Pedreira Fraga, chamou a atenção o discurso do prefeito Rodrigo Battistella (PT) atacando a atuação do sindicato.

Antes da fala do prefeito, a presidente da entidade sindical destacou a importância de cada servidor na prestação dos mais variados serviços à sociedade, afirmando que o Ssenasar atua não só na defesa dos direitos dos funcionários, mas que também incentiva-os a serem excelentes cumpridores de suas atribuições. Ana Cláudia agradeceu a abertura sempre dada ao sindicato da parte do Poder Legislativo na discussão de projetos de lei que impactam na vida dos servidores municipais, pedindo aos vereadores que o diálogo sempre prevaleça e que não sejam imediatamente colocados em votação projetos sobre a classe funcional sem que haja a devida discussão dos mesmos junto ao sindicato.

Por sua vez, o prefeito reconheceu a importância dos servidores para o andamento das ações da administração municipal, mas condenou a atuação do Ssenasar por ter, segundo ele, "ido contra o projeto do cartão alimentação", benefício concedido no primeiro semestre deste ano aos funcionários, manifestado contrariedade ao projeto de lei que concedeu aumento ao quadro do magistério municipal. O chefe do Poder Executivo citou uma série de leis que foram aprovadas, desde que assumiu a prefeitura, que, segundo ele, vieram em benefício para os servidores municipais.

Porém, pesquisando mídias, publicações, dentre outros materiais, este blog desconhece completamente qualquer manifestação oficial do Ssenasar posicionando-se contra o cartão-alimentação. Consultando a Ana Cláudia, presidente da entidade, ela afirmou que jamais seria contra um benefício a ser concedido para os funcionários, mas que sempre deixou claro que o foco do sindicato está em obter melhorias que reflitam na remuneração e, consequentemente, na vida previdenciária da classe, pois o cartão alimentação é um benefício indenizatório e não remuneratório. "O que sempre frisei ao prefeito foi para que não extinguisse o rancho básico, o que foi atendido para aqueles que assim optaram por continuar a recebê-lo. Mas jamais o sindicato se posicionou contra o cartão", completou.

Cabe ressaltar que esse diálogo relatado por Ana Cláudia se deu em setembro de 2021. Desde então, o sindicato não foi mais recebido pelo prefeito, nem tampouco os projetos de lei enviados ao Legislativo a respeito dos funcionários públicos foram discutidos com a entidade. "Fala-se muito em diálogo, mas não há abertura da parte do Executivo", relata a presidente do Ssenasar.

Após o pronunciamento do prefeito na Câmara, a presidente da Casa Legislativa, vereadora Ieda Bilhalva, interrompeu a sessão para que os homenageados fizessem um registro fotográfico junto às autoridades presentes. Ao cumprimentar a presidente do Ssenasar, Battistella perguntou se estava "tudo bem". Ana Cláudia respondeu que não estava, pois aquela ocasião era para ser de homenagem aos servidores e não de ataques, sendo que não responderia à altura por uma questão de educação. O prefeito, como resposta, disse "Aqui, tu é educada".

É de difícil entendimento o comportamento do prefeito Rodrigo Battistella. Partir para ataques desnecessários em sua fala e, ainda, chamar, por tabela, a presidente de uma entidade sindical de "mal educada", uma mulher, mãe de família, funcionária pública concursada e professora não parece uma postura correta de um líder, que precisa  prezar pelo diálogo, estabelecer pontes e ouvir, com humildade, o contraditório. Critica-se tanto o presidente Jair Bolsonaro pelas suas posturas rudes, mas esse comportamento de Battistella parece ser o quê?

Transição em curso e a necessidade de melhorar a pauta das ruas

Ciro Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil conduzirá o processo de transição junto à equipe indicada pelo presidente eleito, Lula. Foto: Roque Sá / Agência Senado


A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os membros da gestão de Jair Bolsonaro (PL) se reunirão, nesta quinta-feira, 3, para dar início formal ao processo de transição entre os governos. O encontro ocorre, às 14h, na Casa Civil, onde, representando o atual governo estará o ministro da pasta, Ciro Nogueira e seus assessores. O grupo de representação de Lula será composto pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o coordenador do programa de governo, Aloizio Mercadante.

As tratativas de transição já haviam sindo sinalizadas pelo atual governo na terça-feira, 1º, quando houve a manifestação do presidente sobre o resultado das eleições. Ontem, Bolsonaro publicou em suas redes sociais um vídeo pedindo que as manifestações que vêm ocorrendo, que contestam o resultado das eleições, sejam feitas de forma pacífica, sem obstruções ao trânsito e ao direito de ir e vir das pessoas. 

No vídeo, o presidente diz que, assim como o seu público simpatizante, está triste pelo resultado das eleições, mas que pede para que o povo colabore com ele, cumprindo a constituição.

Transição ocorrendo, Bolsonaro pedindo paz... Resta agora às multidões que estão nas ruas "aprumar o barco" para a pauta certa, que é a moralização do Supremo Tribunal Federal (STF). Nada de intervenção federal, militar ou "resistência", pois isso não existe, vai contra a Constituição Federal. Agora, pedir, pacificamente, pela queda de ministros do STF é algo útil e salutar para nossa fragilizada democracia.

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Perguntar não ofende...

Foto: Alina Souza / Correio do Povo


Jair Bolsonaro venceu no Rio Grande do Sul, com 56,35% dos votos válidos, contra 43,65% de Lula. Baseado nesse dado, que culpa têm os gaúchos para terem o trânsito interrompido nas rodovias?


Vamos acordar para a vida, pessoal?

Matusaléns não compreendem os tempos atuais


Na postagem anterior, abordei a questão da importância dos políticos contarem com uma assessoria especializada, que saiba orientar e conduzir as ações de suas campanhas eleitorais, assim como sua trajetória enquanto estiver à frente de um mandato. Trazendo à temática da política local, mais precisamente do município de Nova Santa Rita, essa consciência é primordial para quem, em 2024, deseja alcançar um mandato como prefeito ou como vereador da cidade.

Esse texto mexerá com o ego de muitos “matusaléns”, como diria um amigo meu, que mandam e desmandam (ou acham que mandam e desmandam) nas agremiações partidárias locais. Mas, lamento informar a alguns deles, que o tempo de vocês já passou. A política atual requer renovação, inovação. Como já afirmei anteriormente, não se faz mais política no grito ou “no peitaço”. É preciso “descer às caldeiras”, pisar no chão da fábrica, pisar no barro e estar onde o povo se encontra, primeiramente.

Em segundo lugar, conhecendo, de fato, as necessidades do povo, assessorar-se de gente que entende da arte de se comunicar. Vejam o exemplo de nosso governador reeleito, Eduardo Leite. O cara tinha em seu time de comunicação jornalistas, publicitários, relações públicas, especialistas de marketing e até gente das artes cênicas, que orientava o então candidato até sobre como deveria ser o seu semblante ao tratar de determinados assuntos. Maquiagem? Particularmente, acho que não. É uma questão do inconsciente das pessoas: há uma tendência de que as coisas bem feitas, cuidadosamente preparadas chamem mais a atenção e gerem uma boa sensação do que algo realizado de qualquer jeito, ou como no linguajar sanga-fundense, feito “a facão”.

Mas acredito ser mais fácil colocar um elefante dentro de uma geladeira do que fazer os matusaléns da política local entenderem isso. O PT local, apesar dos “pitis” do Battistella, começou a compreender esse processo e não poupa um centavo no que se refere à publicidade, marketing e áreas afins. Os outros, lamentavelmente, patinam. Preferem tentar viver na Nova Santa Rita do tempo dos coronéis em que o olhar feio, o grito ou as palavras bonitas deixavam o povo convencido.

Humildade é fator fundamental nisso. Entender que não se é o dono da razão, não tratar as pessoas que estão dispostas a auxiliá-los em seus projetos como, talvez, se trata um peão ou um empregado de sua empresa já é um bom começo. Ter a consciência de que todos são importantes e devem contribuir no processo político, mas que nem todos estão ali pensando num município melhor, mas, sim nos seus próprios interesses também é de suma importância.

Outra questão, voltando a falar no “tio do pavê” é achar-se a “estrela” do espetáculo, que, onde chega, todos têm que bajular e até rir de suas piadinhas sem graça, muitas vezes carregadas de machismo e preconceito. Não é assim que um líder deve agir. Ouvir sua equipe, cumprir o que é tratado, não querer quebrar os “protocolos” é outro fator importante a ser considerado.

Para encerrar, às vezes também é necessário o reconhecimento de que não se é mais um guri. A idade chega para todos, sem exceção. Para que a política se renove, não é admissível a certos veteranos que se eternizem, direta ou indiretamente, no comando de siglas e na articulação política. Renovar é preciso, colocar sangue novo, inserir, de fato, e não só no discurso, os jovens nos processos político-partidários é algo que urge cada vez mais dentro das siglas ditas de "direita" em Nova Santa Rita. Enquanto as "velhas guardas" não baixarem a bolinha e não abrirem espaço para renovação, os eternos conflitos (leia-se "briga de egos") continuarão e o PT irá deitar e rolar por aqui.

Mas, ainda há tempo de rever conceitos e mudar o rumo. 2024 está logo ali. Como diria meu amigo Professor e Sargento Mendes, tenhamos todos “um bom pensar”.

O grande erro de Bolsonaro

 

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Um grande amigo meu sempre diz que a piada só pode ser assim classificada quando um a conta e todos riem. Se uma pessoa não achar graça, já não se pode mais dizer que é uma piada. Sabe aquele tio que, quando há festa de família, sempre chega fazendo aquelas piadinhas sem graça, muitas vezes até constrangendo o sobrinho, o cunhado ou a sogra? Ao estilo “tio do pavê”, que, quando a sobremesa é disposta, olha o pavê e faz a célebre pergunta: “É ‘pavê’ ou é ‘pacumê’?”. O presidente Jair Bolsonaro pode ser considerado um grande “tiozão” desse estilo.

Muitos talvez irão ler isso e dizer que o mundo está chato e que qualquer coisa vira fobia: xenofobia, homofobia, transfobia, gordofobia, misoginia e mais um monte de palavras que estão na moda. Até concordo, em parte. Mas, ao mesmo tempo, devemos reconhecer que o mundo não é mais o mesmo de décadas atrás. A tecnologia evoluiu, o acesso à informação está cada vez mais universal e quase não há mais vagas para os “tiozões” que se acham os comediantes, achando que podem dizer tudo para arrancar alguns risos. Alguns risos, somente.

Não ouso afirmar a bobagem de que o presidente da República tinha ódio aos públicos considerados como minorias. Acredito que não. Mas seus (desnecessários) comentários geravam repulsa desses públicos. Nem tudo o que vem na cabeça pode ser expressado. Nem sempre é ocasião para determinadas afirmações, por mais sinceras e verdadeiras que algumas delas possam ser. Algumas, reitero.

Afirmar, em meio à pandemia da Covid-19 que “não era coveiro”, quando milhares de pessoas morriam e o presidente era questionado sobre as suas ações como chefe da nação é algo que, além de grosseiro, dá uma demonstração de insensibilidade. Um presidente precisa ter a sensatez de avaliar momentos e ocasiões. O comportamento “tiozão” de Bolsonaro, associado à falta de uma assessoria de comunicação especializada e perspicaz foi o grande fator para sua derrota no pleito de ontem.

Lógico que não se pode deixar de olhar o caráter técnico do governo de Bolsonaro, que deu andamento a obras paradas, que administrou razoavelmente a economia, amenizando consideravelmente os efeitos gerados pela pandemia, bem como os esforços e avanços nas políticas sociais de renda mínima, como o Auxílio Brasil e os auxílios emergenciais disponibilizados. A parte técnica o deixou em uma colocação próxima a do seu adversário, Lula. Mas nem só de técnica se faz um governo. A imagem, a expressão, ou seja, a comunicação e a forma de se comunicar também são determinantes para a imagem de um governante.

Estamos num cenário diferente de 2018, quando vivíamos o clima pós-impeachment de Dilma Rousseff, onde a chamada “direita” estava, automaticamente, em ascensão e a campanha de Bolsonaro se deu de forma natural e simples. O povo o elegeu, mas também, de certa forma, soube o acompanhar e o avaliar. Se, talvez, o lado fanfarrão tivesse dado lugar ao tom de seriedade, falando somente o que fosse necessário e obedecendo a “liturgia” que o cargo assim exige, o cenário ontem estabelecido poderia ser diferente.

Foi-se o tempo em que se fazia política no “peitaço” e no grito. E já saturou até mesmo as lives de Facebook feitas de forma amadora, por um dos filhos, onde o “protagonista” toma café com o copo de requeijão e come pão com leite condensado. Fazer política é, 70%, saber dominar a arte de se comunicar, atento à atualidade, aos anseios da sociedade e sensível a todos os públicos, sejam eles “maioria” ou “minoria”. Para isso, que se coloque gente que entenda do assunto: jornalistas (diplomados, diga-se de passagem), relações públicas, publicitários, profissionais de marketing, sociólogos e cientistas políticos. Entender que os fenômenos de “esquerda” e de “direita” são passageiros, cíclicos, também é fundamental. O filho do político nem sempre tem essa sensibilidade. Deixe essa bola para quem realmente sabe como fazer o gol.

Pois, então, presidente Jair Bolsonaro, você foi o primeiro presidente da República a concorrer uma reeleição e não obter vitória. No meu entender, Bolsonaro perdeu para ele mesmo. Não irei entrar aqui no mérito da questão se Lula merecia ou não ganhar. Apenas posso afirmar que Bolsonaro teve a oportunidade nas mãos e não soube aproveitar em virtude desse único fator: comunicação.

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

O fim do PTB em nome do fundão


Fundado originalmente por Getúlio Vargas, em 1945, e refundado em 1979, após o processo de redemocratização, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) figurava como o sétimo maior partido do país. Em Convenção Partidária Nacional, ocorrida ontem, a sigla aprovou, por unanimidade a sua fusão com o Patriota, formando o partido Mais Brasil. A fusão aguarda homologação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O motivo para a fusão das duas siglas foi o fato delas, mesmo tendo eleito representantes para a Câmara Federal, não terem atingido a cláusula de barreira nas eleições do último dia 2 de outubro, o que impediria aos dois partidos acesso ao Fundo Partidário e à propaganda eleitoral gratuita entre 2023 e 2026.

O Patriota era um partido fundado a partir da fusão, em 2019, dos extintos Partido Ecológico Nacional (PEN) e Partido Republicano Progressista (PRP), tendo adotado uma postura conservadora e religiosa de direita, assim como o PTB, nos últimos dois anos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Bolsonaro se diz vítima de manipulação na distribuição de inserções partidárias

Foto: Evaristo Sá/AFP


O presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) subiu o tom e acusou o PT de estar envolvido na falha das distribuições de propagandas partidárias em rádios do Nordeste do país. Ele afirmou que o "TSE deve explicações".

Nesta quarta-feira, 29, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu exonerar o servidor responsável por receber arquivos com peças publicitárias das campanhas eleitorais e disponibilizar os materiais no sistema eletrônico da Corte. Esse material é baixado pelas emissoras de rádio e TV, que, então, veiculam.

"Temos provas irrefutáveis da manipulação das inserções. O TSE quer dar por encerrado e excluído demitindo esse servidor. Ele já prestou depoimento nesta madrugada para a Polícia Federal. Vai mais além. Vai no PT. E temos também, quase certeza, na ponta da linha eles manipularam juntos. Isso é gravíssimo, isso é fraude. Isso interfere no resultado das eleições", afirmou o candidato.

Ontem, a campanha de Bolsonaro entregou à Justiça Eleitoral um relatório com denúncias de que o presidente e candidato à reeleição teria sido prejudicado ao ter menos inserções em rádios do que a campanha adversária, do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Eu sou vítima, mais uma vez, desse processo. Eu sou democrata. O TSE deve explicações. Os meus advogados estão estudando o que fazer. Porque, afinal de contas, [...] lá não chegou a nossa informação. Mais que não chegar, para o PT, foi dado o nosso tempo lá, com dezenas de milhares de inserções", completou.

Por sua vez, o TSE afirma que a demissão do servidor se trata de um procedimento normal no funcionalismo público, sem relação com o episódio relatado pela campanha de Bolsonaro e que, desde que assumiu a presidência do TSE, Alexandre de Moraes vem fazendo mudanças pontuais na equipe.

Acusações e ataques entre Leite e Onyx mantêm a tônica do debate da TV Record


Em debate ocorrido ontem à noite, na TV Record, os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL) voltaram a fazer acusações entre si, mesmo afirmando, no início do encontro, estarem dispostos a não se atacarem mutuamente.

No primeiro bloco, de temas livres, ambos os candidatos discutiram sobre Educação, Saúde e Segurança, geração de empregos e vacina contra a Covid-19. Foi então que começaram as acusações. “Meu adversário renunciou ao governo do Rio Grande do Sul, ficou de costas para o Estado. Não quis saber do Rio Grande do Sul”, disse Onyx. “O senhor renunciou à ética, à cordialidade ao se negar a apertar a mão do outro candidato. Renunciou à vacina. Eu me vacinei, assim como 92% da população gaúcha. O senhor não se vacinou”, rebateu Leite.

Os ataques foram ampliados no decorrer do debate, com Leite afirmando que Onyx deveria estar no Congresso trabalhando, em referência ao fato da eleição para deputado de Lorenzoni. O candidato do PL rebateu dizendo que o tucano mentia muito. Eduardo Leite, então, disse que Onyx era uma "verdadeira usina de mentiras", defendendo que a pandemia freou projetos como a integração do transporte coletivo na Região Metropolitana de Porto Alegre, quando questionado sobre o assunto pelo adversário.

Em seguida, ambos falaram sobre a pandemia da Covid-19. Leite disse que Onyx era um "defensor da mortalidade de rebanho" e o candidato do PL classificou como "terrorismo" as medidas de isolamento durante o governo do tucano.

No segundo bloco, também de temas livres, os assuntos tratados foram o Banrisul, políticas para as mulheres, corrupção, prevenção à saúde, Corsan, apoio dos candidatos a presidente e o plano de governo dos postulantes ao Piratini. Leite disse que ele será um “indutor do desenvolvimento”, ao que Onyx comentou que o adversário “encheu a gestão de políticos”, negando em seguida que fará isto em seu eventual governo. “Assumi o compromisso de que o banco será profissionalizado, não vai ter nenhum político”.

O tucano citou o recebimento de caixa 2 por parte de Onyx. “Só tem um dos candidatos aqui que apareceu na lista da Lava Jato, e não sou eu. Abro inquérito e demito quem aparece com alguma suspeita de corrupção”. O candidato do PL, por sua vez, disse ter se arrependido do episódio e respondido à Justiça pelo episódio relatado. “Tive a humildade que o senhor não tem de pedir desculpas”, rebateu Onyx, dizendo depois que Leite comete “agressões e desinformação”. “É muito dolorido [para Leite] estar aqui discutindo o Rio Grande do Sul. Ele queria estar no debate nacional”, afirmou o candidato do PL.

O terceiro bloco teve perguntas de jornalistas a respeito de infraestrutura escolar, violência contra a mulher, sistema penitenciário e a adesão ao regime de recuperação fiscal (RRF). Onyx citou que é conhecido como “resolvedor de problemas” do governo do presidente Jair Bolsonaro, posição criticada por Leite. “O senhor passou por vários ministérios, mas não parou em nenhum”, afirmou o tucano, citando ainda propostas como a ampliação da Patrulha Maria da Penha, da Brigada Militar (BM), e a instalação de mais de cinquenta Salas das Margaridas, para a realização de denúncias por parte das mulheres contra agressores.

Onyx citou que, no governo federal, reduziu “todos os índices de criminalidade do Brasil, homicídio ao tráfico de drogas”. “Foi reduzido por conta do trabalho do governo que eu fiz. Temos que recuperar a unidade da BM e da Polícia Civil [para eles] confiarem no seu comandante e saber que seu ele estará ao seu lado”, afirmou. O último bloco foi o espaço das considerações finais de ambos os candidatos. “Fizemos um Estado mais capaz de investir, de cuidar das pessoas. Vamos seguir avançando com muita responsabilidade, com direção ao futuro”, pontuou Leite. “A decisão de domingo é a do bem contra o mal. Ajudei o presidente Bolsonaro a fazer no Brasil grandes transformações, e vou fazer aqui”, comentou Onyx.

Líderes do PT sugeriram nova Constituição em plano de governo de Lula


Lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT), antes mesmo de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cogitar concorrer nas eleições deste ano, elaboraram um documento com diferentes propostas para um eventual plano de governo. Entre as sugestões levantadas pelas lideranças, estava a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.

O documento foi discutido e elaborado em dezembro de 2021, durante o encontro nacional de direitos humanos do PT. Lideranças do partido no Congresso Nacional participaram do evento, como as deputadas Érika Kokay (DF), Maria do Rosário (RS) e o senador Humberto Costa (PE).

Essa ideia já é antiga dentro do partido, e Lula já se mostrou a favor de discutir a criação de uma nova Constituição. Em 2018, antes de ter a candidatura para a Presidência da República barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em virtude das condenações por corrupção passiva e lavagem de dinheiro que recebeu na Operação Lava-Jato, o ex-presidente colocou no plano de governo a convocação de uma nova Assembleia Nacional Constituinte.

No plano de governo apresentado ao TSE neste ano, Lula não incluiu a proposta apresentada pelos correligionários. No entanto, em recente debate com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em um canal de televisão, ele citou o tema para falar sobre a possibilidade de aumentar a quantidade de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Uma das resoluções aprovada relara que "o desafio do PT e das esquerdas é fundir as bandeiras da luta democrática com uma visão programática por novas instituições políticas, o que deve ser considerado na discussão — já realizada pelo PT — acerca da necessidade de uma Assembleia Nacional Constituinte".

Supremo mantém resolução do TSE para remover fakenews


Em julgamento no plenário virtual, ocorrido ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que permite à corte "agir de ofício", ou seja, sem ser provocado pelo Ministério Público ou advogados, na remoção de conteúdos falsos sobre políticos em redes sociais (fakenews).

O plenário manteve a decisão do ministro Edson Fachin, que havia negado o pedido da Procuradoria-Geral da República para barrar a resolução aprovada pelo TSE, por 9 votos a 2 favoráveis.

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Tira o adesivo da garrafa, tia



Apesar de estar faltando poucos dias para o segundo turno das eleições, cabe lembrar a quem é servidor público que é proibido por lei portar no ambiente de trabalho adesivos, botons ou outros acessórios de propaganda política a quaisquer candidatos do pleito. O mesmo vale para os veículos que são estacionados dentro de pátios das repartições públicas, ou seja, se está adesivado com nome e número de candidato, tem que ficar na via pública.

Além dos veículos, a orientação vale até para a garrafa térmica "particular", que serve a água para o mate ou o "chazinho" das tias da "esquerda escarpam". É bom tomar cuidado, pois o Ministério Público não gosta nada desses comportamentos...

Bolsonaro lidera pesquisa Brasmarket com 53,3% dos votos válidos



O presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) lidera as intenções de voto, segundo a pesquisa Brasmarket divulgada ontem. Considerando os votos válidos, Bolsonaro tem 53,3% dos votos, enquanto Lula aparece com 46,7%.

A pesquisa foi encomendada por iniciativa da própria empresa, que ouviu 2.400 pessoas de 529 municípios do país, entre 19 e 23 de outubro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, sendo o nível de confiança de 95%.

Se considerados também os votos não válidos, Bolsonaro tem 47,7%, enquanto Lula tem 41,8%. Vão votar nulo ou em branco 5,2% dos eleitores, enquanto que 2,9% do público entrevistado não sabem ou não responderam em quem irão votar; e 2,5% disseram que não comparecerão para votar.

O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-08487/2022.

Trégua no relho



Até a campanha eleitoral municipal de 2020, ele era o Alemão do Lotpop, presença constante nos noticiários televisivos locais, onde apresentava-se como líder comunitário e apoiador da cultura hip-hop. Além disso, como candidato a prefeito de Nova Santa Rita pelo extinto Democratas (DEM), manifestava sua indignação com a então administração petista de Margarete Ferretti através de um relho que carregava consigo. Era comum vê-lo na entrada da cidade, junto ao monumento a Santa Rita, dando relhadas no chão e vociferando críticas ao PT.

Hoje, ele não é mais o Alemão, mas, sim, o Pastor Jeferson Siqueira. O hip-hop e o relho deram trégua e, ao que tudo indica, até mesmo as críticas ao PT. Até mesmo o Loteamento Popular não é mais o seu lar desde o final de 2020, quando passou a morar num sítio no interior do município. Prova de toda essa mudança foi o encontro ocorrido ontem com o prefeito Rodrigo Battistella (PT), onde a conversa foi estabelecida em tom pacífico, selado com um caloroso abraço. À noite, Pastor Jeferson marcou presença na Live Suprapartidária promovida pelos partidos que compõem a base do governo municipal. Aguardamos as cenas dos próximos capítulos dessa mais nova união da política local...