quarta-feira, 30 de novembro de 2022

A precipitada venda da Corsan


O governo do Estado do Rio Grande do Sul confirmou que a Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan) será privatizada no próximo dia 20 de dezembro, às 10h, na B3 (antiga Bovespa). O lance mínimo para a aquisição da estatal é de R$ 4,1 bilhões.

Com receita de R$ 3,4 bilhões e despesas de R$ 2,7 bilhões, a companhia teve lucro líquido de R$ 350,4 milhões em 2021. Um ano antes, o lucro da Corsan foi de R$ 1,8 bilhão. O governo do RS alega que o motivo para a venda da estatal é a dificuldade de se fazer grandes investimentos, a fim de cumprir as metas estabelecidas pelo marco legal do saneamento, aprovado pelo governo federal. A nova legislação determina que, até 2033, 99% da população deve ter acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgoto.

O autor deste blog é um liberal conservador, defensor do "Estado mínimo". Porém, não um radical fanático. É preciso fugir dos rótulos e ter bom senso sempre. Tendo em vista a constante lucratividade da empresa, ou seja, nunca causou prejuízos ao tesouro do Estado, se autosustentava, percebe-se grande precipitação da parte do governo estadual em vender a companhia.

Audiências públicas foram realizadas, porém muito pouco divulgadas à sociedade. Mas acredita-se que esse assunto deveria ser muito mais debatido com diversos setores da sociedade. Investimentos em saneamento básico não devem partir somente da Corsan. O governo estadual precisa investir recursos próprios e parcerias com o governo federal devem ser buscadas nesses investimentos. Os municípios atendidos pela companhia também podem atuar nessa parceria. Portanto, daí a necessidade de se verificar se a venda da Corsan não se dá de forma desnecessária.

Sabe-se que há sérias dificuldades no atendimento à população. Aqui, em Nova Santa Rita, percebe-se essa deficiência com os constantes cortes de abastecimento e até na cor da água que sai da torneira, que, muitas vezes, provoca dúvidas nos usuários quanto a sua qualidade. Falta gestão eficiente para a Corsan. Essa é a única e grande dificuldade e a solução não está em vendê-la para "se livrar do problema".

Como essa transação está, praticamente, "sacramentada", resta à população esperar que a empresa privada que assumir as operações da Corsan possa, primeiramente, prezar pela qualidade dos serviços e, depois, por ampliá-los. Isso tudo, sem onerar o bolso dos contribuintes com reajustes absurdos nas faturas mensais.

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