Quem hoje comemora, daqui a mais algum tempo, sentirá saudade das tias do Imas.
O PT segue com sua missão de aparelhar politicamente todos os espaços em que achar estratégico para os seus planos. O alvo da vez é o Instituto Municipal de Assistência aos Servidores de Nova Santa Rita, o Imas. Autarquia exemplo de autonomia e comando apolítico, o instituto sempre foi exemplo de gestão e transparência, garantindo aos servidores o acesso a inúmeras especialidades médicas, bem como atendimentos ambulatorial e hospitalar.
A rede de atendimento estabelecida pelo Imas é de colocar muita Unimed da vida no bolso. Todo esse trabalho se deve à atuação forte de seu Conselho Administrativo, composto por servidores municipais efetivos, que debatem e deliberam constantemente soluções para manutenção e melhora dos serviços prestados. São as "tias do Imas", como carinhosamente o autor deste blog as chama. Elas cuidam do Imas como se, de fato, o instituto fosse o seu sobrinho predileto, afinal, quando elas precisam, o sobrinho sempre está à disposição para ajudá-las da melhor forma.
Esse Conselho Administrativo é composto por quatro membros eleitos diretamente entre os servidores municipais, além de outros três funcionários indicados pelo prefeito municipal e um servidor indicado pela Câmara Municipal. A composição recém descrita se dá conforme a atual legislação que rege o Imas, sem nenhuma especificação quanto ao procedimento para o pleito direto. Desde a fundação do instituto, em 1993, a eleição para o Conselho Administrativo era feita por chapas de quatro membros, sendo o voto dos servidores destinados às chapas previamente inscritas e apresentadas. Todo o processo eleitoral sempre foi realizado de maneira exemplar, com as devidas assembleias de servidores, na mais absoluta transparência.
Todos os conselhos administrativos que passaram pelo Imas foram bem avaliados pelos servidores e sempre prezaram por um trabalho que tornasse o instituto cada vez mais forte, a fim de garantir a saúde dos servidores e de seus dependentes. Sempre foi feito um trabalho isento de ideologias políticas ou de partidos. Em todas as gestões que administraram Nova Santa Rita, o conselho comprou brigas com os gestores quando alguma decisão poderia impactar negativamente a atuação do Imas, assim como enalteceu quando mudanças positivas vieram para melhorar a qualidade no atendimento. Os funcionários acabavam elegendo sempre os colegas de determinado "grupo", pois sabiam que esses nunca fariam nenhuma bobagem com a autarquia.
O próprio autor desse blog já presenciou o conselho do Imas indo na jugular do seu Adauri Maciel, quando era secretário de Administração e Planejamento, nas gestões do Chico Brandão, quando alguma mudança poderia ameaçar a autonomia e a qualidade da prestação dos serviços da autarquia. Da mesma forma assim foi na gestão do seu Odone e na gestão do saudoso Amilton. As tias do Imas não perdoavam ninguém quando alguma coisa ameaçava a boa gestão do instituto.
Mas havia um problema... Desde que o PT assumiu a prefeitura, em 2013, em nenhum pleito para composição do conselho a turminha da canhota conseguiu emplacar um mandato na gestão do Imas. Todas as eleições se deram da forma mais pública e transparente, sempre com grande participação dos servidores municipais. Porém, não conseguir compor o conselho com os seus "aliados" sempre deixou a administração petista inconformada.
Eis que surge Rodrigo Battistella e chama a "briga" para ele. Qual a grande ideia do manda-chuva do Executivo? "Vamos vedar a eleição por chapas. As candidaturas serão individuais, os servidores votam e os quatro mais votados assumem. Assim, aumentamos as chances dos nossos 'chegados' fazerem parte do conselho", deve ter pensado o prefeito e sua turma. Seria como se o Lula fosse eleito, agora em outubro, e o Bolsonaro fosse o seu vice. Hahaha! Ou o Eduardo Leite fosse eleito governador e o Onyx Lorenzoni ficasse de vice. Ou, aqui na terrinha, o velho Muzykant fosse o vice do Battistella. Hahahaha! Genial esse prefeito, hein!
Projeto para colocar essa alteração na legislação do Imas protocolado pelo Executivo na Câmara no final da semana passada, pareceres dados pelas comissões e votação em plenário, na última terça-feira, 20. Por seis votos favoráveis, contra quatro contrários, a alteração foi aprovada. Battistella irá emplacar o sonho da turma da canhota em "tomar" o Imas de vez para eles. Espera-se que os inconformados de nunca terem ganho com as suas chapas, com as chances ampliadas, caso eleitos, façam um trabalho tão bom ou superior ao que foi feito até os dias atuais. Mas, a perspectiva não é das melhores. Dependendo como a gestão do Imas for conduzida, a sua liquidação virá logo e restará aos servidores integrar o coro do "viva o SUS".

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