quinta-feira, 10 de novembro de 2022

As queixas para o bispo I




Ao mínimo três audiências uma ex-autoridade de Nova Santa Rita teve com o arcebispo metropolitano de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, entre 2019 e 2020, exigindo a saída do padre Reinoldo José Jantsch da Paróquia Santa Rita. Motivos da exigência: o ex-pároco estaria fazendo política dentro da Igreja.

Como católico (não santo, mas procurando esse caminho), participante da comunidade de fé, dos quase 23 anos de atuação do Pe. Reinoldo aqui em Nova Santa Rita, acompanhei, de perto, 15 deles. E foi de perto mesmo. Mais que um amigo pessoal e diretor espiritual, um segundo pai, assim o considero.

Vocês sabem, em média, qual horário ele ia dormir diariamente? Nunca antes da 1h. Sempre preocupado em atender a todas as comunidades, com igualdade e equidade, era um administrador nato. Não era o "craque" na arte de falar, mas fazia grandes "golaços" nas suas atitudes, na sua ética, na responsabilidade de administrar aquilo que não lhe pertencia.

Nesses 22 anos e alguns meses em que aqui esteve, nunca o ouvi, em nenhuma homilia ou manifestação, pedindo voto para A ou B. Sempre manteve-se discreto quanto à política, pois, como bom pesquisador e amante de história (seu hobby quando achava um espaço na tumultuada agenda), sabia "em que mato estava lenhando". Ele tinha conhecimento das peculiaridades locais quando o assunto era política. Para transparecer ainda mais sua isenção e abertura a todas as pessoas, independente de suas convicções políticas, nem aqui votava. Tinha seu título eleitoral em Paverama, sua terra natal. Mesmo assim, foi injustamente acusado de estar fazendo política dentro da Igreja. Como podem ser tão cretinos com esse tipo de acusação? Como conseguem dormir sossegados diariamente?

Em primeiro lugar, a acusação da então autoridade foi de uma tremenda e inescrupulosa mentira. E, em segundo lugar, quase se consegue contar nos dedos das mãos as vezes que a tal acusadora colocou os pés na Igreja para participar de uma celebração ou para auxiliar em alguma pastoral ou movimento. A não ser nas "ocasiões especiais", que tinham público e rendiam diversas fotos bonitas para suas redes sociais, em outras atividades, onde o ser Igreja realmente se faz presente, não se via nem rastro da criatura.

Acredito que os miolos que habitam minha cachola ainda pensam um pouco e que a decisão de transferência do Pe. Reinoldo, no final de 2020, se deu, unicamente, pela dinâmica pastoral recorrente na Arquidiocese. Mudanças fazem parte dessa dinâmica. Conhecendo Dom Jaime, acredito que essas mudanças jamais se dão por causa dessas "queixas" malignas. Entende-se que foram quase 23 anos (quase um quarto de século), era inevitável que não viesse essa mudança, cedo ou tarde. É bom lembrar também que Dom Jaime herdou fortemente dos franciscanos o dinamismo pastoral de se promover constantes mudanças para que a comunidade sempre compreenda o seu papel dentro do laicato, onde nem tudo depende só dos padres, mas que os leigos têm grande protagonismo; e que os sacerdotes, de fato, entendam sempre a sua missão de estar sempre pronto, à serviço de seu bispo para ir onde for necessário. Eu, como bom católico que procuro ser, acredito no meu arcebispo e nele confio. Por sinal, a ele sou muito grato pelo acolhimento e acompanhamento dispensado ao Pe. Reinoldo quando, no início de 2021, caiu num quadro de depressão preocupante. Hoje, atuando como pároco na Paróquia Santa Flora, em Porto Alegre, vejo o semblante feliz do meu amigo Pe. Reinoldo, recuperado, conduzindo tudo com a mesma competência e dedicação de quando estava aqui, em Nova Santa Rita. Espero só que as noites de sono estejam mais longas e que, aí na Metrópole, não haja gente medíocre colocando seus ideais políticos à frente de tudo e querendo prejudicar a Igreja. Pelo que conheço da política de Porto Alegre, meu amigo poderá ficar sossegado, pois, lá, respeita-se muito a Igreja. Voltando ao Dom Jaime, a ele dedico sempre minhas orações, pois não deve ser fácil perder seu precioso tempo ouvindo baboseiras de determinadas criaturas.

Quanto ao atual pároco daqui de Nova Santa Rita, Pe. Leonardo Reichert, o considero uma grande pessoa. Preocupado com os que sofrem, sempre disposto a estar à serviço da comunidade. Faz um trabalho excepcional em comunidades terapêuticas, que atuam na recuperação de dependentes químicos. Nos damos muito bem. O mesmo posso afirmar do vigário paroquial, Pe. Jorge Soares Menezes, outra grande figura. Só tenho a agradecer pela dedicação deles a esta paróquia. Aos poucos, estão conhecendo o povo, a dinâmica paroquial e, com certeza, continuarão a fazer um trabalho nota dez. Assim como ajudei o Pe. Reinoldo, estou lá, da mesma forma, ajudando-os também e sempre poderão contar comigo.

Não faço papel de viúva, de saudosista, ou de quem quer, a todo o custo, "voltar a ser como era antes". A parcela do povo de Deus nova-santa-ritense que ainda não se conformou com a mudança do comando da paróquia precisa se conscientizar de que quem toca, realmente, uma comunidade católica é o seu povo. Padres saem, entram outros novos, mas os paroquianos permanecem. Que cada um saiba da sua missão como leigo e assuma o seu compromisso de cristão e batizado. Ao invés de criticar os atuais padres, os ajudem, nem que esse apoio seja uma simples oração. Continuem a linda amizade e laço estabelecido com o Pe. Reinoldo, afinal Porto Alegre é logo ali, mas não façam divisões desnecessárias aqui na Paróquia. Fofocas, intrigas e esse pensamento pequeno os farão se igualar à índole da criatura que foi três vezes lá no bispo dizer mentiras. É isso que vocês querem ser? Acredito que não. Talvez é isso que a megera quer: fazer cumprir-se a sua cartilha: dividir para tomar. Portanto, sigamos em frente.

Mas essa história não fica por aqui. O título deste texto vem, preventivamente, acompanhado do numeral romano "I", pois essa é apenas a primeira parte da história. Mais detalhes estão sendo devidamente apurados por esse blog e serão devidamente esclarecidos ao público leitor, se o Senhor Deus permitir vida e um pouco de estômago sadio ao autor, pois jogo sujo que está vindo à tona pode causar sérios distúrbios gástricos.

 

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