quinta-feira, 23 de março de 2023

Chimarrão, ideias e projeto que prossegue




Assim como as coisas se articulam por lá, as tratativas também se estabelecem por cá. Serviu o chapéu?

Republicanos e Progressistas seguem alinhados no projeto de gestão para Nova Santa Rita em 2024. Patrícia Becker, agora presidente do PP, e o vereador Silvio Almeida encontraram-se com o presidente do Republicanos, Alexandre Blanco, juntamente com membros de sua executiva e o vereador da sigla, Gugu da Farmácia, na noite desta quinta-feira, 21/3.

A união das duas agremiações partidárias, iniciada na eleição de 2020, ao que tudo indica, permanece de pé. As ideias convergem. Não há "pavões" querendo chamar a atenção somente para si. Até porque, plano de governo já há. Basta tocar adiante e trabalhar. Gente capacitada e comprometida com a cidade também não falta nesse grupo.

Imagino que, enquanto ocorria a reunião, o velho Muzykant deveria estar dando trabalho para São Pedro, lá em cima, teimando em querer protagonizar mais um foguetório. Como diria certo super-herói latino-americano: "Quem sigam-nos os bons".

terça-feira, 14 de março de 2023

Não vem que não tem


Até o presente momento, certa "liderança" local diz: "estou fora do circuito". Mas não demora muito, lá vem ele e sua tropa se achando os donos da cocada...


Eis que a precoce partida do líder político Marcelino Muzykant exigirá uma reconfiguração no cenário político de oposição de Nova Santa Rita. Mas, atenção: vamos com calma. Muita calma nessa hora.

Meu temor é um tal sujeito de ego elevado surgir feito fênix, das cinzas, com aquele mesmo discurso mesquinho de sempre: "sou a única salvação" ou "sou eu na cabeça e não abro mão". Tudo isso cercado pelos seus fiéis escudeiros, que mais parecem membros de uma seita, sempre dispostos a dizer "amém" a tudo o que o seu "mestre e senhor" venha dizer.

Há inúmeras evidências de que a sua última derrota não foi o suficiente para aprender a ser humilde. E agora, com a saída de Muzykant do cenário político, não há dúvidas que ele surgirá novamente com a mesma conversa.

Alguns vão ler isso aqui e ficar incomodados, dizendo: "desse jeito, o Raul vai atrapalhar a união da direita". Eu atrapalhar alguma coisa? Jamais. Não tenho toda essa moral, não. Parece até engraçado esses comentários de bastidores que chegam até a mim.

Em primeiro lugar, nunca existiu essa tal de união e, enquanto algumas pessoas não descerem do salto e reconhecerem o seu verdadeiro lugar, nunca ela existirá. Portanto, eu não estou atrapalhando nada.

Em segundo lugar, enquanto tratativas de alianças girarem em torno de cargos/posições, dificilmente a tal aliança de direita contra o PT vingará. O povo, que almeja e espera essa união, quer enxergar projetos sérios para a cidade e não quem vai ser o quê...

Falando em quem vai ser o quê, o tal sujeito de ego elevado prometia secretaria para todo mundo. Reza a lenda que, certa vez, chegou a ter três secretárias de Educação simultaneamente. E olha que nem tinha começado a campanha quando prometeu para as três. Sem contar o episódio da "chave", que, ao menos para mim, rendeu boas risadas.

Eu não esqueci qual foi a militância que atacou Muzykant em campanha eleitoral, ofendendo sua moral. Esses dias, um certo sujeito me disse: "Ah, Raul, são arestas que temos que aparar". Discordo. Não se trata de "arestas", mas um grande bloqueio que, ao menos para mim, zera qualquer aproximação. Isso sem contar o fato que motivou essa "mobilização" de ataque ao Muzykant na campanha de 2020, que, ao menos por agora, vou me abster de comentar, apesar de ter as devidas provas. Vamos deixar para a hora certa...

Portanto, não vem que não tem!

segunda-feira, 13 de março de 2023

Muzykant vive


No último sábado, Marcelino Muzykant, 69 anos, empresário e presidente municipal do Progressistas (PP) de Nova Santa Rita foi fazer uma longa viagem, mas se encarregou de deixar já tudo esquematizado. Ou, como ele dizia: "Vou deixar tudo 'alinhavado'". Quando voltar, quer tudo funcionando perfeitamente. Talvez não esteja tão perfeito assim, conforme ele quer. Mas ele mesmo se encarrega de "chegar chegando" e mudar tudo, caso não esteja de acordo com o seu gosto.

Para uns, ele morreu. Mas eu prefiro não trabalhar com essa possibilidade. Muzykant vive e seu legado permanecerá e se multiplicará.

Toda morte é lamentável, mas a forma estúpida com a qual o nosso velho nos deixou foi um tremendo golpe em nossos corações. Eu vivia dizendo para ele, toda vez que o via fazendo "artes", como subir em árvores, pular valas e andar despreocupado pelos banhados: "Velho, tu não é mais guri. Para com essas proezas". Mas quando ele colocava uma ideia na cabeça, não tinha dona Laura que impedisse o nosso polaco teimoso de colocá-la em prática. E lá foi ele puxar toco de árvore com o trator, fazendo a sua proeza final e fatal.

Contrariá-lo, por sinal, era tarefa difícil. Até porque na maioria das vezes ele estava certo. Era compreensível sua teimosia e persistência, uma vez que graças a isso que ele conquistou muitas coisas. Nada caiu do céu. Ele começou do zero, sem dinheiro, precisando ajudar os pais e os irmãos no sustento da casa. Pegou na enxada e no arado, lidou com os bichos, acordava cedo. Sempre soube honrar cada centavo ganho com muito suor. Teve de ser sempre persistente em todas as tentativas de subir na vida. E para aprimorar ainda mais essa garra, conheceu a dona Laura, pessoa que sempre "pegou junto" com o marido e fez esse trabalho crescer, produzir frutos e se multiplicar. As filhas, Lara e a Lísia, desde a adolescência, foram educadas no mesmo caminho da disciplina e do trabalho.

Muito além de um "guri arteiro" e teimoso, nosso velho era conhecido pelo povo de Nova Santa Rita pelas suas ações em benefício dos mais necessitados. Quantas crianças tiveram o primeiro brinquedo de sua vida graças à capacidade de Muzykant de unir esforços entre empresários, poder público e comunidade em geral no Natal Solidário, realizado anualmente no 3º Batalhão de Suprimentos do Exército Brasileiro. Falando no quartel, não há como esquecer a parceria de sucesso entre Marcelino e o coronel Olympio Guimarães Corrêa, na década de 1990, que, em parceria com a prefeitura, criaram o projeto Criança, Pelotão Esperança, que consistia em levar, diariamente, meninos pré-adolescentes da escola para o quartel, no contraturno dos estudos, para participar de formações, práticas esportivas, entre outras atividades, livrando muitos deles do caminho da drogadição e da violência. Muzykant era padrinho do projeto e patrocinava materiais, uniformes, dentre outros que o projeto demandava.

Sua atuação na área da indústria de instrumental cirúrgico proporcionou a formação de uma grande rede de convivência do nosso velho com os mais renomados profissionais da medicina, nas mais variadas especialidades. Inúmeras foram as vezes que pessoas enfermas de Nova Santa Rita foram por ele encaminhadas aos seus amigos médicos, a custo zero, podendo agilizar operações e demais procedimentos necessários ao restabelecimento da saúde.

Falando na área profissional de nosso eterno presidente, é importante destacar seu talento ímpar na arte de manejar o aço inoxidável na fabricação dos mais variados instrumentos cirúrgicos. Ele mesmo desenhava, fazia o protótipo, o discutia com o médico solicitante e, se aprovado, colocava em linha de produção. Era um artista nato na arte de fabricar o material adequado à necessidade dos profissionais da Saúde. Era o diferencial que tornava a sua empresa, a Muzymed, referência no mercado dos instrumentais cirúrgicos. Um legítimo atendimento personalizado. Uma das manifestações de condolências que li após noticiada sua morte foi a de um médico renomado que manifestou que o Muzykant era presente no cotidiano dos maiores hospitais brasileiros, pois estava sempre "nas mãos" dele e de seus colegas através do seu trabalho de qualidade. Desde uma pinça de Allis, passando por uma Clamp intestinal ou uma Cureta de Siemens, e até mesmo um simples cabo para bisturi, lá estava Muzykant presente. E continuará.

Marcelino era apaixonado por Nova Santa Rita. Desde que veio para cá, no início da década de 1990, passou a se dedicar à vida social da localidade, participando de conselhos comunitários, diretorias da Igreja Católica, entre outras entidades. Onde ele ingressava, muita coisa prosperava. Na política, nunca ocupou nenhum cargo público, mas sempre esteve envolvido na articulação e em coordenações de campanhas eleitorais. Das quatro vezes em que Chico Brandão disputou a prefeitura, três delas (coincidentemente, as que Brandão venceu), Muzykant coordenou a campanha eleitoral.

Depois de coordenar inúmeras carreatas, comícios, showmícios (à época que ainda podia), entre outras atividades, em 2020, Marcelino Muzykant foi o indicado pelo Progressistas a concorrer ao cargo de prefeito de Nova Santa Rita. Foi uma linda caminhada. Até então, o nome de nosso velho era uma incógnita se emplacaria ou não. Foi a campanha começar e o seu nome decolou. Muitos foram os eleitores que o queriam como prefeito, pois sabiam que estariam bem cuidados, afinal se a sua bondade era imensa como um simples cidadão comum, imagine então se estivesse à frente da prefeitura... Infelizmente, por apenas 262 votos de diferença, nosso amigo não venceu o pleito. Resultado fruto da falta de união da oposição ao PT na cidade. Lamentavelmente prevaleceu o ego elevado do candidato dito representante do bolsonarismo e a loucura de outro candidato, então representante da periferia e hoje pastor. O preço dessa divisão até hoje está custando caro.

Mesmo não eleito, seu nome permaneceu em alta e, cada vez mais era tido como a grande esperança para a cidade se livrar de vez do PT e seus "satélites" de sustentação. Quis o destino dar um rumo diferente para essa luta.

Mas o fato do destino ter sido diferente do que o planejado não quer dizer que a luta irá parar. Pelo contrário. Ontem à tarde, nós não sepultamos o Muzykant. Nós o plantamos. E essa árvore irá crescer, se desenvolver e produzir muitos frutos que farão, de fato, Nova Santa Rita ser uma cidade de respeito. Seu legado permanece e será continuado pela dona Laura, pela Lara, pela Lísia, pelos genros e netos, além de toda a sua rede de amizade e de convivência. De seu exemplo como empreendedor, como líder, como agregador de pessoas virão outros líderes, que pensarão, de fato, no bem comum, e não no seu próprio bem (ou nos seus bens).

No que de mim depender, não retrocederei sequer um passo para, um dia, ver o lugar onde nasci e cresci ser referência em qualidade de vida, segurança, educação, saúde e boa empregabilidade dos recursos públicos. Tua partida, meu velho chato, que me ligava à noite para brigar comigo por causa de uma arte de crachá, me deixa ainda mais compromissado com o teu amor por Nova Santa Rita. Continue contando comigo para colocar em ação todos esses bons, saudáveis e prodigiosos planos para o futuro. Tenho plena certeza de que comemorarei essa conquista e a dedicarei a ti.

Obrigado por tudo, Marcelino Muzykant!