A onda de protestos que tem levado multidões às ruas em todo o Brasil era para ser um livre exercício de cidadania e democracia. Infelizmente, passou a mostrar outra face, vinda de uma minoria: a apelação ao vandalismo. E um dos alvos dessa pequena parcela de manifestantes foram os jornalistas, que faziam a cobertura das manifestações. Carros de emissoras de rádio e televisão foram incendiados e os repórteres tiveram que passar a cobrir os protestos anonimamente, sem identificação.
Essa situação, segundo o antropólogo e especialista em Comunicação, Cláudio Schubert, grandes grupos de comunicação do Brasil tendem a posicionar-se contra os protestos, protegendo os governos e gerando repúdio por parte dos manifestantes. Ele, porém desaprova os ataques a veículos de imprensa. "A imprensa, via de regra, procura sempre estar do lado do poder econômico, até porque é esse poder que a sustenta. Mas, obviamente, nada justifica a atitude de vandalismo desses manifestantes, pois, na verdade, eles não defendem um regime democrático, mas sim um estado de caos", manifesta.
Contudo, independente da tendência do veículo de comunicação "A" ou "B", atacar jornalistas e danificar patrimônio emissoras é um ato de profundo atentado à liberdade de imprensa. Que essa pequena parcela de manifestantes (mais precisamente, baderneiros) tenha a ciência de que aqueles profissionais que ali estão, no front da notícia, são trabalhadores que, diariamente, acordam cedo e "dão um duro" para garantir o pão de cada dia. Protestar contra posicionamentos e tendências de veículos de imprensa, sim. Depedrar e colocar em risco a integridade de jornalistas e demais profissionais, jamais.
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