quarta-feira, 3 de julho de 2013

Análise das ações de agressão à imprensa nos protestos

A onda de protestos que tem levado multidões às ruas em todo o Brasil era para ser um livre exercício de cidadania e democracia. Infelizmente, passou a mostrar outra face, vinda de uma minoria: a apelação ao vandalismo. E um dos alvos dessa pequena parcela de manifestantes foram os jornalistas, que faziam a cobertura das manifestações. Carros de emissoras de rádio e televisão foram incendiados e os repórteres tiveram que passar a cobrir os protestos anonimamente, sem identificação.

Essa situação, segundo o antropólogo e especialista em Comunicação, Cláudio Schubert, grandes grupos de comunicação do Brasil tendem a posicionar-se contra os protestos, protegendo os governos e gerando repúdio por parte dos manifestantes. Ele, porém desaprova os ataques a veículos de imprensa. "A imprensa, via de regra, procura sempre estar do lado do poder econômico, até porque é esse poder que a sustenta. Mas, obviamente, nada justifica a atitude de vandalismo desses manifestantes, pois, na verdade, eles não defendem um regime democrático, mas sim um estado de caos", manifesta.

Contudo, independente da tendência do veículo de comunicação "A" ou "B", atacar jornalistas e danificar patrimônio emissoras é um ato de profundo atentado à liberdade de imprensa. Que essa pequena parcela de manifestantes (mais precisamente, baderneiros) tenha a ciência de que aqueles profissionais que ali estão, no front da notícia, são trabalhadores que, diariamente, acordam cedo e "dão um duro" para garantir o pão de cada dia. Protestar contra posicionamentos e tendências de veículos de imprensa, sim. Depedrar e colocar em risco a integridade de jornalistas e demais profissionais, jamais.

Fim do voto secreto: Congresso (finalmente) atento à voz das ruas

Na tarde desta quarta-feira, 3, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que determina o fim do voto secreto para quaisquer votações no Congresso Nacional. A proposta seguirá para votação no plenário do Senado e ainda precisa passar por análise na Câmara. O fim do voto secreto dos parlamentares no poder Legislativo Federal é uma das pautas que os manifestantes que tomaram as ruas do país esta semana reivindicavam.

Profissionais da imprensa que atuam com a cobertura política em Brasília estão impressionados com a rotina intensa de votações e trabalho tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado nas últimas quatro semanas. Tudo isso, resultado da mobilização de toda a população que saiu às ruas em protesto. Que esse espírito de trabalho e de cobrança permaneça, quebrando o velho tabu da política brasileira de que "o povo tem memória curta"...