A candidatura da senadora Ana Amélia Lemos (PP) a governadora do Estado do Rio Grande do Sul em 2014 é dada como certa pelos líderes progressistas gaúchos. Ela desconversa e afirma que essa pauta só entrará em discussão no próximo ano.
Por outro lado, são fortes as conversas de bastidores indicando que a candidatura da senadora ao Piratini poderá não se concretizar. O motivo seria a vontade do governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, em ter Ana Amélia como vice em sua chapa.
Apesar de não ser essa a vontade do diretório do PP no Rio Grande do Sul, é forte a movimentação de lideranças nacionais da sigla, que estariam dispostas a sair da base de apoio da presidenta Dilma Rousseff (PT) para sustentar o apoio do partido na chapa que tem o PSB na cabeça.
Como diria um famoso político brasileiro, "política é como nuvem: ora está de um jeito, ora está do outro". Até as convenções, há muita água para rolar debaixo da ponte...
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Rio Grande do Sul: divisões que custam caro
É fato que o Rio Grande do Sul é, sem dúvida, um Estado com um povo rico em hospitalidade e que carrega em si uma bagagem histórica e cultural invejável em termos de lutas, conquistas e trabalho. Somos o Estado que lota estádios e canta de forma uníssona o Hino Rio-Grandense. Mas, este mesmo território que quer que suas façanhas sirvam "de modelo à toda a Terra", carece, nos últimos tempos, de uma necessidade sem tamanho de romper paradigmas que refletem em ações práticas de bem comum à sociedade. Ou seja: precisamos deixar de ser um Estado com divisões políticas ultrapassadas para sermos um Estado com espírito e ações de união em prol do desenvolvimento.
Essa divisão está, praticamente, no DNA de cada gaúcho e de cada gaúcha. No passado, espanhóis e portugueses disputavam divisas territoriais. Anos mais tarde, charqueadores e estancieiros gaúchos se rebelavam contra o governo Imperial brasileiro e decretavam a separação do Estado, desencadeando a Revolução Farroupilha (1835-1845). Em 1892, os “pica-paus” do Partido Federalista do Rio Grande do Sul queriam derrubar o governo de Júlio de Castilhos (maragatos) com o propósito de “libertar o Estado da mão dos tiranos”. Por causa dessa “libertação”, milhares de gaúchos foram degolados. Em 1923, chimangos e maragatos disputavam o poder pelo governo do RS. Resta a pergunta: em todos esses conflitos, o que as classes sociais mais necessitadas obtiveram de benefício?
De todos esses séculos, a história mostra apenas um passado de lutas em prol de interesses de poucos, enquanto os pobres e mais necessitados permaneciam nas mesmas condições sociais. A bandeira gaúcha estampa as palavras liberdade, igualdade e humanidade. Mas, afinal, para quem?
A perda da fábrica de automóveis da Ford, em 1999, e o impasse gerado para o início da construção da rodovia RS 010 demonstram que essa tola divisão do passado em termos de ideologias radicais é um fantasma que ainda ronda nossa política nos dias atuais. Nossos representantes políticos acabam ficando famosos por frases como “teremos que rever minuciosamente” ou “vamos consultar os atores envolvidos e dialogarmos”. Essas afirmações deixam de ser simples procedimentos de maior promoção do debate democrático entre setores da sociedade para serem meios de empecilho e atraso, numa manobra popularmente conhecida como “empurrar com a barriga”. Quem mais perde com isso? Quem está sob o amparo de um ar-condicionado, ganhando mais de R$ 15 mil para propor e aprovar leis em benefício da população ou as classes emergentes, que precisam de um emprego digno e estradas de qualidade com trânsito de fluidez? Para quem está no “diálogo” e utiliza-se de um helicóptero para se locomover aonde bem entende, talvez seja fácil “rever projetos” e protelar o andamento do progresso. Mas para quem enfrenta diariamente um trânsito caótico podendo ter uma via expressa de qualidade para ir e voltar dignamente do seu trabalho, a situação é de emergência.
Os políticos estaduais, de todos os partidos políticos, diga-se de passagem, precisam reviver alguns poucos momentos de união de forças como no início dos anos 70, onde arenistas (do antigo partido Arena) e emedebistas (do antigo partido MDB) deixaram de lado suas rusgas e lutaram juntos pela conquista do Polo Petroquímico de Triunfo. O mesmo ocorreu com as conquistas de grandes rodovias, como a Freeway, pleiteadas por políticos gaúchos junto ao então ministro dos Transportes, o gaúcho Mário Andreazza. Enquanto muito se briga e se discute, outros Estados se beneficiam da “lerdeza” gaúcha. O povo gaúcho precisa saber, por mais que doa, que o Estado do Rio Grande do Sul, graças à ação de seus próprios representantes, já não é mais “a última bolacha do pacote e que ele só crescerá quando houver união entre os políticos em prol de projetos que proporcionem o desenvolvimento e o progresso.
Essa divisão está, praticamente, no DNA de cada gaúcho e de cada gaúcha. No passado, espanhóis e portugueses disputavam divisas territoriais. Anos mais tarde, charqueadores e estancieiros gaúchos se rebelavam contra o governo Imperial brasileiro e decretavam a separação do Estado, desencadeando a Revolução Farroupilha (1835-1845). Em 1892, os “pica-paus” do Partido Federalista do Rio Grande do Sul queriam derrubar o governo de Júlio de Castilhos (maragatos) com o propósito de “libertar o Estado da mão dos tiranos”. Por causa dessa “libertação”, milhares de gaúchos foram degolados. Em 1923, chimangos e maragatos disputavam o poder pelo governo do RS. Resta a pergunta: em todos esses conflitos, o que as classes sociais mais necessitadas obtiveram de benefício?
De todos esses séculos, a história mostra apenas um passado de lutas em prol de interesses de poucos, enquanto os pobres e mais necessitados permaneciam nas mesmas condições sociais. A bandeira gaúcha estampa as palavras liberdade, igualdade e humanidade. Mas, afinal, para quem?
A perda da fábrica de automóveis da Ford, em 1999, e o impasse gerado para o início da construção da rodovia RS 010 demonstram que essa tola divisão do passado em termos de ideologias radicais é um fantasma que ainda ronda nossa política nos dias atuais. Nossos representantes políticos acabam ficando famosos por frases como “teremos que rever minuciosamente” ou “vamos consultar os atores envolvidos e dialogarmos”. Essas afirmações deixam de ser simples procedimentos de maior promoção do debate democrático entre setores da sociedade para serem meios de empecilho e atraso, numa manobra popularmente conhecida como “empurrar com a barriga”. Quem mais perde com isso? Quem está sob o amparo de um ar-condicionado, ganhando mais de R$ 15 mil para propor e aprovar leis em benefício da população ou as classes emergentes, que precisam de um emprego digno e estradas de qualidade com trânsito de fluidez? Para quem está no “diálogo” e utiliza-se de um helicóptero para se locomover aonde bem entende, talvez seja fácil “rever projetos” e protelar o andamento do progresso. Mas para quem enfrenta diariamente um trânsito caótico podendo ter uma via expressa de qualidade para ir e voltar dignamente do seu trabalho, a situação é de emergência.
Os políticos estaduais, de todos os partidos políticos, diga-se de passagem, precisam reviver alguns poucos momentos de união de forças como no início dos anos 70, onde arenistas (do antigo partido Arena) e emedebistas (do antigo partido MDB) deixaram de lado suas rusgas e lutaram juntos pela conquista do Polo Petroquímico de Triunfo. O mesmo ocorreu com as conquistas de grandes rodovias, como a Freeway, pleiteadas por políticos gaúchos junto ao então ministro dos Transportes, o gaúcho Mário Andreazza. Enquanto muito se briga e se discute, outros Estados se beneficiam da “lerdeza” gaúcha. O povo gaúcho precisa saber, por mais que doa, que o Estado do Rio Grande do Sul, graças à ação de seus próprios representantes, já não é mais “a última bolacha do pacote e que ele só crescerá quando houver união entre os políticos em prol de projetos que proporcionem o desenvolvimento e o progresso.
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